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segunda-feira, janeiro 27, 2020

Na Índia, Eduardo Bolsonaro defende fabricantes estrangeiros para aumentar acesso a armas no Brasil


Eduardo quer quebrar ”monopólio branco” de empresas locais
Assis Moreira
O Globo
O deputado federal Eduardo Bolsonaro diz que vai se empenhar no acesso de armas para a população a partir da agora, ao mesmo tempo em que pretende continuar ativo na área internacional com suas conexões com líderes de direita.
Eduardo acompanha seu pai, o presidente Bolsonaro, na visita à Índia. E em conversa com os jornalistas, disse que seu plano depois de deixar o comando da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados é concentrar no tema de armamentos.
O deputado quer abrir o mercado brasileiro, atrair companhias estrangeiras para produzir armas no Brasil e quebrar o que chama de ”monopólio branco” de empresas locais como a Taurus, fabricante de armas de pequeno porte.
“FACILIDADE “ – Exemplificou que cartuchos e outro material de armamento custa cinco vezes mais no Brasil do que nos EUA, por exemplo. Assim, a competição no mercado, com mais empresas produzindo, facilitará o acesso de cidadãos a armas para se protegerem.
”Isso vai permitir mais acesso da população a armas, devido ao preço de armas. Hoje em dia esse mercado (no Brasil) é elitista”, afirmou. O parlamentar disse também que quem votou em Bolsonaro sabe dessa bandeira do presidente, e que ele foi o único a favor ”de legitima defesa através de armas de fogo”.
O deputado relatou que já conversou com a fabricante americana de armas Sig Sauer, que é fornecedora do Exército dos Estados Unidos, e com a italiana Beretta. Disse esperar que a Sig não abandone o projeto de produzir no Brasil.
DIVISÃO – Comentando a desistência da companhia suíça Huag de produzir armas no Brasil, alegando que isso afetaria sua imagem, Eduardo Bolsonaro mostrou sua estranheza que isso tenha ocorrido sete anos depois de a empresa fazer planos no Brasil. Para ele, o que pode ter ocorrido é uma divisão de mercado com outros fabricantes.
Perguntado se mais acesso a armas não aumentaria a violência no país, Eduardo respondeu que ”o que mata não é a arma, é o ser humano”. Ao seu ver, quando o governo anuncia que vai dar mais acesso ao cidadão a armas de fogo, ”a bandidagem começa a pensar duas vezes e isso tem um impacto”. Ele acha que essa é uma das razões da baixa de 22% no número de homicídios no país.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Independentemente do posicionamento favorável ou não sobre o referido “acesso” , é evidente que o País tem outras prioridades fazendo fila na agenda governamental. O cidadão-eleitor não tem saúde, educação, transporte e inúmeros outros direitos respeitados, mas o “nobre” parlamentar insiste em marcar presença diante de um eleitorado mais radical, porém cada vez mais limitado, que acredita que armas serão a solução para mudanças. Grande parte da sociedade mal tem recurso para chegar até o fim do mês, mas o deputado acredita que esse mesmo cidadão-eleitor terá como comprar arma e munição para se defender. Fora isso, pensa (?) que a bandidagem ficará com medo e refletirá antes de assaltar. Se os criminosos não temem nem as polícias, que dirá o despreparado “cidadão de bem”. Pelo contrário, fará desse alvo fácil para conseguir mais armamento. Eduardo sabe que o discurso é cansativo e até desrespeitoso com tanto trabalho a ser feito. Mas é insistente(Marcelo Copelli)

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