Posted on by Tribuna da Internet
Pedro do Coutto
A LCA Consultoria realizou estudo e concluiu que a pulverização do FGTS, permitindo saques no montante de 42 bilhões de reais, poderia proporcionar o crescimento do PIB em mais 5,5% e também promover a retomada do desenvolvimento brasileiro. Não acredito. A reportagem sobre o levantamento da LCA, em O Estado de São Paulo de domingo é de Thais Barcelos, e a repórter destaca o efeito que a LCA espera não só dos saques do Fundo de Garantia como também do PIS-PASEP.
Os saques do PIS podem ser feitos na Caixa Econômica Federal. Os do PASEP pelo Banco do Brasil.
INVESTIMENTO – Mas no título acentuei exatamente o contrário das colocações da LCA. Para mim, a pulverização financeira decorrente das duas liberações estaria melhor nas mãos da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.
Claro. A capacidade de investimento pelos dois bancos estatais será inevitavelmente maior do que aquela distribuição para milhares de correntistas. Poder-se-ia dizer que o projeto do Ministro Paulo Guedes agora turbinado pela LCA que os saldos retirados incentivariam o consumo. A meu ver até certo ponto, porque é preciso não esquecer que em nosso país 64 milhões de pessoas encontram-se inadimplentes junto aos bancos e as grandes lojas comerciais.
DISSE ROTHSCHILD – Mas não é só essa a questão. É que, numa visão mais clara do processo em pauta, vamos chegar à mesma conclusão a que chegou o milionário Rothschild na França, no início do século passado. Perguntado em uma entrevista em Paris porque não distribuía seus recursos aos trabalhadores, Rothschild respondeu: tenho 100 milhões de dólares na França. A França tem 50 milhões de franceses. Se eu desse 2 dólares a cada francês as transferências ficariam zeradas até a hora do almoço. Portanto, digo eu, a economia francesa como um todo lucraria mais que a distribuição em massa que os 100 milhões de dólares pela casa Rothschild.
Tanto a Caixa Econômica Federal quanto o Banco do Brasil possuem infinitamente maior capacidade de negociar no mundo financeiro. A distribuição popular, no caso do Brasil, vai se dirigir ao pagamento de dívidas contraídas com cartões de crédito, cheques especiais, créditos do comércio. 500 reais a cada titular submergirão na quitação de créditos ainda para serem resgatados.
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GOVERNO DIMINUI AS VERBAS PUBLICITÁRIAS DA TV GLOBO
GOVERNO DIMINUI AS VERBAS PUBLICITÁRIAS DA TV GLOBO
Gustavo Fiorani, na Folha de São Paulo de ontem, publicou reportagem sobre os contatos publicitários e jornalísticos que o governo Bolsonaro mantém com o SBT, canal de propriedade de Silvio Santos. A reportagem aponta os valores dirigidos ao SBT, e também as compras de espaço na Record e na Rede Globo. Gustavo Fiorati destaca inclusive as audiências médias alcançadas pelo SBT. São muito baixas, mas não estão condicionadas ao montante de recursos investidos.
Porém os eleitores de Bolsonaro volta e meia dizem não assistir a Rede Globo. Mas o presidente da República certamente pensa assim. Tanto assim que no primeiro trimestre de 2019, contratou espaços no valor de apenas 7,1 milhões de reais para a TV Globo, enquanto na Record a publicidade somou 10,3 milhões. Em relação ao SBT os valores também são ligeiramente maiores do que da Globo, com 7,3 milhões de reais.
A Secretaria de Comunicação explicou os valores, dizendo que parte deles foi aprovada ainda sob Temer. Segundo o órgão, a gestão atual, mesmo com as ameaças do presidente, deu mais dinheiro à Globo (R$ 1,9 milhão), seguida pelo SBT (R$ 1,4 milhão) e pela Record (R$ 1,2 milhão).
Portanto, o governo Jair Bolsonaro estaria respeitando o conceito da audiência.