Leonardo Leão, do A TARDE
Sebastião Bisneto/Agência A TARDE
Na posse de Pinheiro (E), o governador (centro) justificou a saída de Lobato, último à direita
Responder às críticas que o governo do Estado vem sofrendo em relação à condução do planejamento estadual e às articulações políticas do governador Jaques Wagner (PT). Esta foi a tônica da cerimônia de posse do novo titular da Secretaria de Planejamento (Seplan), o deputado federal Walter Pinheiro (PT), ocorrida na quinta-feira, 19, na Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem). O petista substituiu o economista Ronald Lobato, que esteve na cúpula do governo desde a transição após a gestão de Paulo Souto (DEM), no final de 2007.
Aos que acusam o governo de não realizar projetos de grande porte, como a criação de polos industriais, Wagner afirmou que, se seus antecessores “fossem competentes, não teriam deixado a Bahia com a segunda pior educação do País, a sexta pior saúde pública e uma infraestrutura de logística completamente obsoleta e ultrapassada”.
Defendendo o caráter social de sua administração, o governador destacou a participação popular na elaboração do Plano Plurianual (PPA) – que estabelece as metas e gastos para um período de quatro anos – e os programas Todos pela Alfabetização (Topa) e Água para Todos.
Experiência – Em relação a Pinheiro, criticado por sua falta de experiência em planejamento, Wagner ressaltou que, nesse momento de crise financeira global, era necessário reforçar o “time” com uma pessoa que tem relações com o parlamento federal, o orçamento da República e os ministérios. Segundo o governador, será necessária a busca por novos investimentos para garantir emprego e o desenvolvimento do Estado. Esse será o papel de Pinheiro à frente da Seplan. Com esse argumento, o governador procurou pôr fim às especulações em torno de uma possível insatisfação com a gestão de Lobato ou que a convocação de Pinheiro para a Seplan seria um “prêmio de consolação” para o petista, após ter sido derrotado nas eleições para prefeito de Salvador no ano passado. Reforma – Em seu discurso, Wagner afirmou que não havia uma reforma administrativa em curso, entretanto, após a cerimônia, confirmou que se reuniria com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, do PDT, e o presidente estadual da legenda Severiano Alves, na noite de ontem.“O PDT está, por definição de sua direção nacional, comprometido com a sucessão do presidente Lula. Então nasce daí uma identidade. Seguramente, a conversa passará pelo fortalecimento da relação com o partido. Não necessariamente pela discussão de cargos”, afirmou Wagner.Apesar da declaração do governador, membros do PDT presentes à posse de Pinheiro confirmaram o interesse pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), sendo que o nome mais especulado para representar o partido no governo é o de Airton Maia, secretário de Infraestrutura de Madre de Deus.Sobre possíveis novas mudanças no secretariado e a permanente tensão com o PMDB, Wagner disse não fazer premeditações. “Nós estamos fortalecendo nossa equipe para 2010, portanto, todos que estiverem integrados ao nosso projeto é óbvio que nos interessam”.Senado – As próximas eleições também foram comentadas por Pinheiro. Sem descartar sua possível candidatura ao Senado, o novo secretário de Planejamento limitou-se a dizer que o pleito de 2010 é um debate que fará com seu partido e não com o governador. “Não falamos sobre 2010. Discutimos uma tarefa. Estou vindo para ampliar os canais com Brasília, obter recursos, trabalhar a execução do nosso programa a partir do eixo estratégico que o governo já traçou”, disse.Já o ex-secretário Lobato, em seu discurso de despedida, fez uma prestação de contas, citando principais ações de sua gestão, como a elaboração do novo sistema de logística que englobará o novo Porto de Ilhéus e a Ferrovia Oeste-Leste.A cerimônia de posse Pinheiro contou com a presença do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PSDB), o procurador-geral de Justiça, Lidivaldo Brito, o vice-governador Edmundo Pereira (PMDB) e ex-governador Roberto Santos. Também estiveram presentes deputados federais e estaduais, prefeitos do interior, secretários de Estado, representantes de ministérios, além de sindicalistas, servidores da Seplan e empresários. Entre eles, o diretor-executivo de A TARDE, Sylvio Simões.
Fonte: A Tarde
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