Publicado em 19 de fevereiro de 2025 por Tribuna da Internet
“A tropa continua com sangue nos olhos” disse o militar
Deu na CNN
Em uma troca de mensagens entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o major-brigadeiro da Aeronáutica, Maurício Pazini Brandão, então assessor do Palácio do Planalto, o militar afirmou em dezembro que a tropa dele “continua com sangue nos olhos” para dar curso ao plano de golpe de Estado.
“O plano foi complementado com as contribuições de sua equipe. Aguardamos na esperança de que será implementado. Bom dia. A ‘minha tropa’ (hehehehe) continua com ‘sangue nos olhos’… bom dia. Feliz Ano Novo. Conversa hoje com o Amir. Desmobilizamos a tropa ou permanecemos em alerta?”, diz o texto enviado em 2 de janeiro de 2023.
DENÚNCIA DE GONET – A troca de mensagens foi incluída na denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, ao Supremo Tribunal Federal (STF), enviada na noite desta terça-feira (18), contra 36 pessoas por participação em atos contra o Estado Democrático de Direito, incluindo Bolsonaro.
Segundo a acusação, o ex-presidente, junto a integrantes do governo como Anderson Torres, Augusto Heleno e o então comandante da Marinha, Almir Garnier, compôs “o núcleo crucial da organização criminosa”.
O documento aponta que os denunciados “integraram, de maneira livre, consciente e voluntária, uma organização criminosa constituída desde pelo menos o dia 29 de junho de 2021 e operando até o dia 8 de janeiro de 2023”.
TROCA DE MENSAGENS = Entre os elementos apresentados na denúncia, estão trocas de mensagens que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), demonstram o planejamento de ações após o dia 15 de dezembro de 2022.
A PGR sustenta que o teor da mensagem sugere a intenção de manter mobilizados os grupos golpistas dentro das Forças Armadas.
O material faz parte do conjunto de provas que embasam a acusação de tentativa de ruptura democrática. O STF analisará a denúncia e, caso aceite, os envolvidos se tornarão réus, iniciando-se o processo judicial.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Era esperada essa posição da Procuradoria. Conforme já informamos, a defesa de Bolsonaro vai alegar que não houve “tentativa”, apenas “planejamento”, com posterior desistência do golpe. A acusação dirá que o 8 de Janeiro foi a “tentativa do golpe, que seria aplicado caso o presidente Lula declarasse “estado de emergência”, para garantia da lei e da ordem. Bem, enquanto o processo caminha, o Congresso se prepara para votar uma anistia antes da condenação, o que representa mais uma inovação jurídica nessa Justiça cada vez mais esculhambada. Comprem pipocas. (C.N.)