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quinta-feira, novembro 14, 2024

Janja meteu-se numa ‘saia justa’ com Marina na Foz do Amazonas

Publicado em 14 de novembro de 2024 por Tribuna da Internet

É irresponsabilidade colocar presidente em avião com problemas, diz Janja  após pane | Brasil | O Dia

Janja dá pitaco em tudo, até na exploração de petróleo

Josias de Souza
do UOL

Em entrevista à CNN, a primeira-dama Janja defendeu a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, na costa do Amapá, parte da chamada Margem Equatorial. Declarou que a Petrobras é “uma empresa de ponta no desenvolvimento de tecnologias”. Por isso, disse ela, “temos total capacidade para explorar sem prejudicar o meio ambiente”.

Janja meteu-se numa “saia justa” com Marina Silva, chefe do Ministério do Meio Ambiente. Há duas semanas, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, subordinado de Marina, requisitou esclarecimentos adicionais à Petrobras. Parecer subscrito por 26 técnicos concluiu que as explicações da estatal não foram suficientes para a liberação de uma licença ambiental.

CONSTRANGIMENTO – O calendário potencializa o constrangimento. Janja falou às margens do G20, no Rio de Janeiro. Negocia-se no momento o texto final da declaração conjunta que Lula espera assinar na semana que vem com os outros chefes de Estado que integram o grupo. No capítulo ambiental, a peça mencionará a transição energética, vinculando comércio internacional e desenvolvimento sustentável.

Marina recebeu a canelada companheira à distância. Representa o Brasil na COP29. Nesta quarta-feira, enquanto Janja defendia a extração de óleo na Foz do Amazonas, a ministra criticava declaração do presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, anfitrião da conferência climática da ONU.

Ele disse que petróleo é “um presente de Deus”, que precisa ser oferecido ao mercado, porque “o mercado precisa dele.”

EM NOME DE DEUS – Evangélica, Marina disse que Deus “sempre pede que sejamos bastante comedidos em relação aos presentes que Ele nos dá.”

Comparou óleo com açúcar. “Se comermos demais, com certeza ficaremos diabéticos.” A julgar pelas palavras de Janja, a exemplo do colega do Azerbaijão, Lula não cogita renunciar ao doce apelo econômico da exploração petrolífera.

Mesmo que sua ministra considere a ambição incompatível com a retórica climática do Brasil.


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