Publicado em 3 de maio de 2023 por Tribuna da Internet
Pedro do Coutto
Num excelente artigo publicado na edição de terça-feira em O Globo, Miriam Leitão focalizou o comportamento desigual do Google em relação ao Projeto de Lei do deputado Orlando Silva que regula as atividades das plataformas sociais na internet e que de um lado defende a liberdade total para si, e de outro negou-se a publicar manifestações favoráveis à aprovação do projeto que entrou em discussão ontem na Câmara dos Deputados.
Citou como exemplo a publicidade que a principal plataforma na internet fez nos jornais. Por outro lado, não aceitou publicar a manifestação da Avaaz, que focalizamos na coluna de ontem, a favor da aprovação do projeto. Assim, acentuo, o Google quer continuar publicando matérias de conteúdo ilegal, mas não admite publicar manifestações contrárias à sua opinião.
BLOQUEIO – Neste fim de semana, além da matéria da Avaaz, foram recusados textos da Sleeping Giants que propunha o tema “regular para proteger”. Agiu também através do Youtube e do Twitter para bloquear manifestações contrárias à falta de limites éticos e legais para o funcionamento da plataforma. Um dos pontos do projeto, entretanto, Miriam Leitão chama a atenção, é o que propõe imunidade parlamentar para manifestações nas telas dos computadores. Absurdo completo.
O projeto de lei em discussão estende, como foi debatido no programa Em Pauta na segunda-feira na GloboNews, na responsabilização do veículo por vincular textos que colidem com a lei e com a ética. O Fantástico de domingo mostrou absurdos que vão até a automutilação e apelos à violência. A matéria lembra ainda que o PL de Orlando Silva é substitutivo a uma mensagem antiga do governo, estendendo praticamente ao universo da computação e às redes sociais os efeitos absolutamente lógicos estabelecidos na Lei de Imprensa.
Proíbe o anonimato e co-responsabiliza os veículos ou materiais que agridam a Constituição. Em síntese, o Google deseja liberdade plena para si e restrição para todos os demais. Não pode ser esse o panorama dos limites entre o legal e o ilegal que se desenrola na Comunicação brasileira.
TAXA DE JUROS – Nas comemorações pela passagem do Dia do Trabalho, reportagem de Gustavo Queiroz, Marcelo Godoy e Bruno Luíz, o Estado de S. Paulo de terça-feira, e matéria de João Sorima Neto, O Globo, o presidente Lula da Silva afirmou, em evento no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, que não se pode viver em um país onde a taxa de juros é muito superior à inflação e não a controla, processo que leva ao desemprego.
O pronunciamento foi feito ao lado de Sérgio Nobre, presidente da CUT, que atacou fortemente Roberto Campos Neto. Os ataques de Lula e de integrantes do governo, como o ministro Fernando Haddad e a ministra Simone Tebet aos juros de 13,75% ao ano, que incidem inclusive sobre a dívida do país que está na escala de R$ 6 trilhões, tornam insustentável a permanência de Campos Neto no cargo.
Com esse atrito sobre a economia e a política monetária, quem perde é o país, importando menos o desfecho final do combate. Roberto Campos Neto, a meu ver, deve pedir demissão, pois sua presença atrapalha o país e sua atuação é rejeitada pela enorme maioria da população brasileira.
FMI – Luís Guilherme Gerbelli, o Estado de S. Paulo de domingo, focaliza com base em dados do Fundo Monetário Internacional, a posição brasileira em matéria de PIB em relação ao Produto Mundial. Acentua que a posição do Brasil baixou na escala percentual, descendo a 2,3%. Mas a matéria não revela o total do PIB global, nem o valor absoluto do PIB brasileiro.
A comparação, assim, fica impossível. Se pelo menos houvesse a informação quanto ao Produto Interno Bruto do nosso país, poderíamos multiplicar o valor por cinquenta para termos uma ideia da produção mundial total .