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quarta-feira, maio 24, 2023

Dallagnol alega que o objetivo de Benedito Gonçalves é ganhar uma vaga no Supremo

Vou lutar até o fim", diz Deltan Dallagnol, que não aceita perder o mandato  - @aredacao

Dallagnol está se deixando levar pela ira, na hora errada

Deu em o Globo

O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), cujo mandato foi cassado na semana passada por decisão unânime do Tribunal Superior Eleitoral, afirmou, sem apresentar provas, que os sete ministros da Corte eleitoral “combinaram” de tomar a decisão antes de o caso ir a plenário.

Em entrevista à “Folha de S. Paulo”, o ex-coordenador da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba atribuiu o voto do relator, ministro Benedito Gonçalves, a uma suposta campanha pela indicação ao Supremo Tribunal Federal. “O ministro condutor do voto trouxe um voto que objetiva entregar a minha cabeça em troca da perspectiva de fortalecer a sua candidatura ao Supremo” — disse Deltan Dallagnol ao jornal.

VOTAÇÃO UNÂNIME – Todos os ministros da Corte eleitoral seguiram a posição de Benedito Gonçalves, segundo a qual Deltan pediu exoneração do cargo de procurador para evitar uma eventual punição administrativa, que poderia torná-lo inelegível.

Na avaliação de Deltan à “Folha”, firmar essa posição na votação seria uma forma de agradar o governo federal, muito crítico à Operação Lava-Jato, cuja força-tarefa ele comandou entre 2014 e 2020. O político alega que o julgamento no TSE teria levado 66 segundos, o que seria indício da suposta combinação prévia de votos.

“Uma decisão uniforme quando existe toda uma unanimidade em contrário, em 66 segundos, faz com que a conclusão seja aquela para a qual apontou o ministro Marco Aurélio Mello: essa decisão foi combinada. Ela foi combinada e guiada por interesses”, defendeu Deltan.

TEMPO DA VOTAÇÃO – A sessão, porém, durou cerca de uma hora e 25 minutos — o tempo citado pelo parlamentar é referente somente ao momento em que o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, confirma a decisão unânime da corte.

Deltan negou que tenha se esquivado de ser notificado formalmente pela corregedoria da Câmara sobre a cassação de seu mandato.

Ao falar sobre a cassação do mandato, o deputado defendeu que seu caso vem sendo tratado de forma diferente tanto no Judiciário quanto na Câmara. A corregedoria da Casa, responsável por analisar a destituição de parlamentares, tentou notificar Deltan pessoalmente sobre o processo três vezes. Após as investidas frustradas, o aviso foi publicado no Diário Oficial do Legislativo, seguindo o protocolo da Câmara.

UM DESENCONTRO – Segundo o parlamentar informou à “Folha”, teria havido um desencontro nas agendas do parlamentar e do corregedor da Câmara, o deputado federal Domingos Neto (PSD-CE). Na primeira tentativa, na quinta-feira passada, por exemplo, Deltan afirma que estava em reuniões com seu partido, o Podemos, e com seus advogados.

“Na segunda-feira, quando eu estava em reuniões partidárias em Curitiba, os servidores da corregedoria vieram realizar a terceira notificação. Algo que foge ao padrão da Casa, segundo informado pela própria servidora da corregedoria que veio aqui. E a questão que se coloca é: por que o meu caso está sendo tratado de um modo diferente, no Judiciário e aqui na Câmara dos Deputados? E a resposta todo mundo sabe qual é” — disse o ex-procurador ao jornal.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Dallagnol precisa se acalmar e concentrar esforços na preparação da defesa, para aproveitar as diversas falhas existentes. O deputado precisa agir com frieza. (C.N.)


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