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domingo, novembro 15, 2020

 

Ala ideológica tenta proteger Araújo e Salles na Esplanada dos Ministérios | Política | Valor Econômico

Araújo e Salles estão destruindo a imagem do Brasil

Vicente Nunes
Correio Braziliense

Integrantes da alta cúpula militar, de dentro e de fora do governo, não têm dúvidas de que os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Ricardo Salles (Meio Ambiente) tiram proveito da falta de preparo intelectual do presidente Jair Bolsonaro para enrolá-lo em assuntos estratégicos para o país.

Segundo os militares, para tomar decisões importantes, os grandes líderes ouvem todos os lados, ponderam posições e decidem de forma ponderada, sempre pensando no melhor para as nações que comandam.  No caso de Bolsonaro, como não confia em ninguém e não gosta de ser contrariado, acaba bancando todas as loucuras de integrantes da área ideológica.

CANOAS FURADAS – Cientes das fragilidades de Bolsonaro, Araújo e Salles sempre saem vitoriosos em suas posições. E, para não assumir que endossou medidas equivocadas, o presidente acaba embarcando em canoas furadas, que custam caro ao governo e à imagem do país.

Assim, é um equívoco atrás do outro. O fato de Bolsonaro não ter cumprimentado até agora Joe Biden pela eleição à Presidência dos Estados Unidos se deve única e exclusivamente ao ministro das Relações Exteriores. Ele fez a cabeça do presidente de que ainda haveria chances de Donald Trump vencer no tapetão. Uma insanidade.

Já Salles tem vencido todos os embates dentro do governo na área ambiental. O ministro conseguiu convencer Bolsonaro a não dar mais ouvidos aos militares sobre a importância de se preservar o meio ambiente. Salles foi o pivô do atual rompimento do presidente com seu vice, o general Hamilton Mourão.

CORRE GRANDE RISCO – Para os militares, ao se deixar levar por Salles e Araújo, o presidente corre o risco de sepultar seu governo. As mais recentes pesquisas de popularidade já vêm mostrando que nem mais o auxílio emergencial está conseguindo manter o apoio a Bolsonaro.

“É o preço a ser pago por quem optou pelo isolamento e por apostar no radicalismos e dar ouvidos a vozes do atraso”, destaca um dos militares, que diz ainda ter um apreço por Bolsonaro, mas que está assustado com a falta de noção do mandatário. “Ele decidiu fazer as escolhas erradas”, acrescenta.

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