
Boulos fracassou na Av. Paulista e recebeu críticas do PT
Pedro Venceslau
da CNN
Deputados e dirigentes petistas, ouvidos pela CNN em caráter reservado, classificaram como um “erro” a convocação para uma manifestação feita uma semana antes do ato pró-anistia, que também será na Avenida Paulista.
A comparação, segundo essas fontes, será inevitável e provavelmente desfavorável para a esquerda.
VISÃO EQUIVOCADA – “Não fomos nós que escolhemos, mas a extrema direita que pautou isso. Essa visão de que pode haver confusão é equivocada. A anistia de 1979 não está na memória da maioria da população”, disse à CNN o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) .
Sobre eventuais comparações com atos da direita, Boulos afirmou que faz mais de um ano que a esquerda não sai às ruas com os movimentos sociais e sindicatos. “Se deixarmos as ruas, a direita vai ocupá-las”, afirmou.
Questionado sobre a ausência de dirigentes partidários nacionais, Boulos ressaltou a presença dos presidentes locais do PT, PCdoB e PSOL.
NOVE DEPUTADOS – O ato contou com a presença de 9 deputados federais dos 3 partidos, como, por exemplo, Erika Hilton (PSOL-SP), Lindbergh Farias (PT-SP), Jilmar Tatto (PT-SP) e Orlando Silva (PCdoB-SP).
Nenhum dirigente nacional partidário, ministro ou governador de esquerda esteve no evento, que foi convocado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular.
Houve divergência em relação ao mote. “Seria melhor defender ‘sem perdão’ para golpistas. O ‘sem anistia’ pode confundir a população”, disse o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, que defendeu presos políticos e fez parte do movimento pela anistia em 1979.
MOTE NATURAL – Boulos já havia dito à CNN na semana passada que “sem anistia” é um mote natural e minimizou eventuais comparações de público.
“Não podemos ficar na defensiva nesta pauta e deixar as ruas para os bolsonaristas”, disse o deputado.
“Essa gincana do tamanho não é o principal. A anistia não é um tema de interesse geral, mas de interesse político”, completou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).