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segunda-feira, abril 27, 2020

Governo remunera R$ 1 trilhão dos bancos todo mês, mas deixa esse dinheirão parado


TRIBUNA DA INTERNET | O esquema internacional das dívidas públicas ...
Charge do Paixão (Gazeta do Povo)
Mathias ErdtmannEspecial para TI
Um trilhão de reais. Este é o saldo, em dinheiro, das operações compromissadas. Estas operações são utilizadas pelo Banco Central do Brasil (BC) para enxugar o excesso de dinheiro nos bancos. O BC recolhe os depósitos nos bancos, e a esse recolhimento é associado a uma dívida pública (do BC em favor dos Bancos). O BC procede, depois, ao pagamento de juros sobre este montante aos bancos, remunerando os bancos sobre esse dinheiro para torná-lo congelado, reduzindo a Base Monetária do país, o que significa um freio na economia, o que, segundo o BC, possibilita controlar o avanço inflacionário.
Se deseja congelar este dinheiro, obviamente que o Estado não pode utilizá-lo para gastar, por exemplo, em obras ou outros desembolsos no mercado físico. E portanto deixa este valor em caixa. A remuneração média da dívida contraída pelo BC, no últimos 12 meses, foi de 8,2% ao ano, pagos sobre um dinheiro que ficou parado, constituindo parte significativa da dívida pública (25,8% da dívida total líquida).
ENXUGAMENTO – A Base Monetária (dinheiro em circulação) no Brasil é muito pequena, resultado deste processo de enxugamento, ficando em meros 4,1% do PIB, tendo assim os bancos pouco dinheiro para (e pouca necessidade de) emprestar. Em contrapartida, tem uma fonte de receita garantida com risco soberano (baixo).
Todos os dados, oficiais de fevereiro de 2020, podem ser conferidos no site do BC (Notas à imprensa das Estatísticas Fiscais).
A título de comparação, nos EUA, a base monetária é atualmente de 8,3% do PIB, e está crescendo, devido ao combate à crise econômica de 2008 e a atual, da Covid-19. O valor mais baixo de toda história dos EUA foi 4,3% do PIB, em 1985 (há 35 anos atrás).
NÃO FALTA DINHEIRO – Há, portanto, dinheiro e poupança no Brasil. Não muito, mas há. São 4% do PIB de “folga”. O caminho natural será desconstruir esta jabuticaba gigante (justificada pelo nosso medo, construído pela experiência relativamente recente da hiperinflação, mas lembrando que hoje o Brasil é outro país, com reserva internacional, inflação abaixo do centro da meta, juro real mais baixo, com excedente energético e alimentar que nos dá certa autonomia, etc…), colocando nossa Base Monetária em um patamar mais convencional, e deixar de viver nesse clima de escassez forçada. A recuperação passará por isso, e no fim teremos um Brasil melhor.
Por outro lado, deixando a inocência pueril, vejamos que no verso desta moeda, de um trilhão de reais, tem uma face desenhada, dos bancos. A César o que é de César. Esse dinheiro, ao ser utilizado, será direcionado rapidamente à ativos gerenciados pelos bancos: Debêntures e/ou mercado acionário, como vemos na última MP tramitando pelo Congresso/Senado.
ESTADOS UNIDOS E JAPÃO – Em tempo: bancos centrais em todo o mundo, comprando debêntures e/ou ações são cada vez mais comuns. A preferência dos EUA são os debêntures (mas sinalizam que devem comprar, por exemplo, ações da Boeing neste momento), já os japoneses preferem as ações. O Banco Central japonês já detém uma participação de aproximadamente 5% das ações das duas mil maiores empresas do Japão. A participação total do estado, quando somada a do fundo de pensão estatal, atinge 11% nestas grandes empresas.
É como uma estatização suave, que vem sendo apoiada pelos capitalistas (conservadores ou liberais), pois estes mantém o controle das empresas e veem a cotação da bolsa na ascensão infinita, e também vem sendo apoiada por alguns social-democratas, pois entendem que a população, na figura do estado, passa a ter cada vez mais participação nos lucros privados, como se fosse uma implantação de imposto sobre grandes lucros, que nunca conseguiriam implantar de outra forma.
USAR ESSE DINHEIRO – Torçamos então para que, ao menos por caminhos tortos, esses valores cheguem ao auxílio da economia física, da produção dos bens essenciais (incentivar agroindústria, energia, saúde), da indústria de base, da eficiência (infraestrutura) e dos empregos com criação de valor.
Estes serão os itens que serão mais importantes para ultrapassar os tempos frugais que veremos a frente, e enfrentaremos todos juntos.

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