Catiane Magalhães
Arrombadores aproveitam feriadões para invadir residências e furtar objetos de valor. Alguns cuidados podem evitar suspresas desagráveis no retorno para casa
Enquanto você curte os festejos juninos no interior do Estado, ladrões podem fazer a festa em sua casa. Isso mesmo! A ausência prolongada dos donos transforma os imóveis em alvos fáceis de arrombamentos e invasões para furtos de dinheiros, joias, eletrônicos e eletrodomésticos.
Casas e apartamentos vazios são cenários perfeitos para a ação de bandidos. Sem testemunhas, barreiras ou reféns, os criminosos têm mais tempo e calma para agir, além de facilitar a fuga, já que, na maioria das vezes, a polícia não é acionada.
Segundo informações da Polícia Civil, esse tipo de delito é bastante comum, embora o órgão não consiga enumerá-lo. “Por se configurar furto, as ocorrências são registradas e contabilizadas junto às demais da mesma natureza, ou seja, a estatística não separa furto de imóveis, do de veículo, carteira ou qualquer outro bem”, informou, por meio da assessoria de imprensa.
No entanto, a adoção de algumas medidas simples pode evitar o prejuízo material e a dor de cabeça de quem tem sua casa revirada por bandidos. Cuidados básicos antes de viajar são capazes de inibir a ação dos criminosos.
De acordo com o diretor do Departamento de Crimes contra o Patrimônio (DCCP), delegado Cleandro Pimenta, discrição é a palavra-chave. “Na hora de sair de casa com bagagens, a pessoa deve evitar chamar a atenção, sobretudo de pessoas desconhecidas que circulam pelas imediações”, alerta.
Para quem vai viajar de carro, o delegado dá mais dicas. “O recomendável é que estas pessoas, se possível, arrumem as malas ainda na garagem e não na rua, evitando a exposição desnecessária na porta de casa”, adverte.
Outra recomendação é que um amigo, parente ou vizinho de confiança fique atento a movimentação estranha na casa ou ao redor dela no período que os donos estejam viajando. “É bom que antes de viajar, o proprietário do imóvel converse com uma pessoa próxima para que esta fique de olho e o acione por telefone em casos suspeitos”, orienta.
Além disso, é bom evitar situações que denunciem que o imóvel está vazio por muito tempo, a exemplo de acúmulo de jornais, revistas ou qualquer correspondência na área externa da casa, lâmpadas acesas permanentemente e cadeados do lado de fora do portão.
“Procure trancar a porta com chave antes de sair, pois deixá-la apenas no trinco também é arriscado, pois facilita a abertura e não caracteriza arrombamento. Se der, o cadeado deve ser batido do lado de dentro para dar a impressão de que há gente na casa. E nunca guardar quantias significativas de dinheiro em casa. Sempre deixá-la no banco”, completa.
Quem mora em apartamentos não está livre de transtornos. Recentemente foram registrados furtos em unidades residenciais deste tipo nos bairros do Rio Vermelho e Brotas. Segundo informações das vítimas, o bandido apelidado de “Homem Aranha” escala prédios para roubar. O acesso é feito pelas janelas dos apartamentos.
Portanto, quem for viajar, o ideal é que trave as janelas e não as deixem apenas encostadas. As portas e portões devem seguir a mesma orientação. Em prédios com porteiros, os mesmos devem ser orientados a não autorizar a entrada de estranho no período em que o morador estiver ausente e este deve evitar deixar a chave na portaria.
Segurança eletrônica
A tecnologia pode ser uma grande aliada da segurança pessoal e patrimonial. Basta saber utilizá-la a favor e, é claro, dispor de recursos para investir na compra dos equipamentos eletrônicos capazes de inibir a ação dos marginais.
Dados da polícia revelam, por exemplo, que locais com circuito interno de câmeras são menos vitimados que os que não possuem o monitoramento. A incidência também é menor em ambientes protegidos com cercas e portões elétricos, sensores de presença e alarmes.
O diretor do DCCP salienta ainda que a família pode ter o prejuízo patrimonial reduzido se deixar os aparelhos eletro-eletrônicos de maior valor na casa de amigos ou alguém próximo. “Quem pratica esse tipo de crime tem os alvos certos. Eles entram a procura preferencialmente dinheiro, joias, eletro-eletrônicos, armas e objetos de valor que sejam pequenos e fáceis de carregar”, pontua.
Em casos de ocorrência, o ambiente onde houve o delito, sobretudo quando há arrombamento, deve ser mantido intacto até a chegada da polícia para facilitar as investigações. “Muitas vezes os moradores reviram a casa para saber o que foi levado pelos ladrões e acabam descaracterizando o local do crime e dificultando a perícia policial”, conclui.
Fonte: Tribuna da Bahia