Fernanda Chagas
Na tentiva de dar fim às muitas polêmicas instaladas em torno de quem será o candidato do PT para a Prefeitura de Salvador em 2012, o governador Jaques Wagner afirmou que, no que depender dele, o deputado Nelson Pelegrino será o candidato natural do partido para o embate.
A afirmação que movimentou o meio político baiano se deu em entrevista ao programa Que Venha o Povo ontem, após o apresentador Casemiro Neto questionar de que maneira o chefe do Executivo baiano pretendia “aparar as arestas” entre os prováveis candidatos, leia-se o senador Walter Pinheiro e Pelegrino, que nos últimos dias não têm economizado nas trocas de farpas quando o assunto é a sucessão municipal. Pelegrino, que não esconde de ninguém o desejo de ocupar o Palácio Thomé de Souza, sem dúvida, deve estar rindo à toa.
O governador minimizou, no entanto, as declarações de Pinheiro à Tribuna, que acabaram por surpreender até mesmo alas petistas. Wagner disse acreditar que o que o senador disse sobre as eleições foi no sentido de mostrar que o partido não irá impor um candidato. Vale lembrar, Pinheiro, em entrevista exclusiva a este jornal, ao defender a construção de um nome de consenso para as eleições de 2012, admitiu que esse nome pode ser definido de fora do PT.
“O PT é o maior partido da base do governo, portanto, tem uma tarefa enorme de dar o exemplo para fora, fazendo as coisas por dentro.
É importante que o nome possa ser escolhido num nível de conversa, de identificação, para depois encaixar esse nome, talvez com um de outro partido, senão a gente fica querendo impor um nome nosso aos outros partidos, dizendo que é o nosso que deve disputar 2012. Se a gente se fechar nas prévias para impor um nome aos outros partidos, nós vamos terminar quebrando a cara”, disparou na ocasião.
Sobre a ambição do PP em também entrar na disputa, Wagner foi direto: “O PP pode até lançar candidato, mas o PT já tem o do partido”. Em relação à reforma administrativa no governo, que irá criar novas pastas e 173 cargos comissionados, o governador fez questão de pontuar que “ele é o governador que menos criou cargos na Bahia. No que diz respeito à hegemonia conquistada no estado, o líder do Executivo disse que “as pessoas entenderam que o nosso caminho é melhor para a Bahia”.
Wagner também comentou sobre o discurso que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) fez em plenário, em que criticou os cem primeiros dias do governo Dilma (Rousseff) e os dois mandatos do presidente Lula. Segundo o governador baiano, o tucano não foi nada criativo e caiu na mesmice ao criticar o PT sem observar o crescimento da sigla. Finalizou sua entrevista ao afirmar que, por este caminho, “Aécio não chegará a lugar nenhum”.
Poderes debatem Segurança
Os chefes dos três poderes, Governo do Estado (Jaques Wagner), Tribunal de Justiça (Telma Brito) e Assembleia Legislativa (Marcelo Nilo), mais Defensoria Pública (Célia Padilha), Ministério Público Estadual (Wellington Lima e Silva) e Ordem dos Advogados do Brasil - seção Bahia (Saul Quadros) se reúnem hoje, às 10h, no Gabinete do Governador, no CAB, para tratar de Segurança Pública.
A reunião faz parte da Agenda Bahia 2011, que terá na pauta de discussões o programa estadual Pacto Pela Vida. Na ocasião, será criada a Câmara Setorial de Articulação dos Poderes e assinado um documento para criação do Núcleo de Prisão em Flagrante da Capital.
Ambas as iniciativas visam uma maior integração entre os poderes e uma agilidade nos inquéritos e processos criminais. A Agenda Bahia é um programa implantado em 2007, visando à cooperação entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Fonte: Tribuna da Bahia