Carlos Chagas
Num almoço reservado, em Brasília, a direção nacional do PMDB chegou a amarga conclusão: o presidente Lula continua rejeitando a indicação do deputado Michel Temer para companheiro de chapa de Dilma Rousseff.
O presidente do partido, mais Henrique Eduardo Alves, líder na Câmara, Eliseu Padilha, presidente do Instituto de Estudos Ulysses Guimarães e outros caciques peemedebistas analisaram em detalhes o impasse verificado nas relações entre o PMDB e o governo. A conclusão foi de que o presidente, a candidata e o PT temem a ascensão de Michel à vice presidência da Republica, no caso da vitória de Dilma.
Por quê? Porque sabem da experiência e da capacidade política do parlamentar paulista, imaginando que a falta dessas características por parte da candidata, se eleita, redundará na transferência do poder político do palácio do Planalto para o palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente da República. Temer controlaria o Congresso e os partidos da base oficial, claro que com exceção do PT. O governo Dilma ficaria refém de Michel, dependente da orientação e das iniciativas dele no plano legislativo.
Haverá fundamento nesse raciocínio? Se houver, estará caracterizado o conflito, importando menos se Michel Temer jurar de pés juntos não ter intenção de comandar nada. Como o PMDB fechou questão na indicação de seu presidente, e se ele vier a ser efetivamente vetado, abrem-se alternativas. O partido poderia compor-se e encontrar outro nome para indicar. Poderia, também, retirar o apoio à candidatura Dilma, deixando que cada seção estadual se definisse como quisesse. Mas haveria a possibilidade de inclinar-se por José Serra, como desejam Orestes Quércia, Jarbas Vasconcelos e outros. Estaria em pauta, da mesma forma, a candidatura própria do PMDB, no caso, do governador Roberto Requião.
O problema é que nenhuma dessas decisões pode esperar muito. O desgaste seria geral se apenas depois das convenções partidárias de julho a questão estivesse resolvida. Como dias atrás o presidente Lula precisou apelar para que Michel Temer comparecesse ao Congresso do PT, convidando-o para uma conversa no seu gabinete, a impressão é de que o próximo lance caberá à direção do PMDB. Que tal uma conversa franca, olho no olho, para a celebração de um compromisso estabelecendo a subordinação do vice à candidata? É isso o que promete a próxima semana.
Esperanças perdidas
Uma última chance foi dada à Câmara Legislativa do Distrito Federal para recomeçar a longa caminhada em busca da honra e da ética. O mínimo a esperar seria a agilização dos processos de cassação por quebra do decoro parlamentar dos nove deputados distritais flagrados botando dinheiro sujo no bolso, na bolsa e na meia. Pois o que aconteceu? A Comissão de Ética do legislativo local decidiu inocentar seis dos sacripantas. Só três terão seus processos tramitando, aqueles que melhor apareceram na telinhas.
Mesmo assim, eles tem trinta dias para apresentar defesa. Depois, mais trinta para que o corregedor se pronuncie. Outro mês para a conclusão dos autos. Convenhamos, não será da Câmara Legislativa que fluirão medidas moralizadoras. Fazem parte todos, ou quase todos, da quadrilha do Ali Babá. Ou será o Ali Babão?
Ponto para a Justiça
Não aconteceu no PT, porque o partido conseguiu demonstrar-se indelevelmente unido em torno da candidatura Dilma Rousseff, imposta pelo presidente Lula. Caso, no entanto, algum grupo de companheiros decidisse contestar da Justiça o IV Congresso Nacional do partido, por haver lançado a candidata antes do prazo, qual seria a decisão?
A mesma de um juiz que examinou a representação de integrantes do PSDB do Paraná, contestando a recente tomada de posição em favor da candidatura do prefeito de Curitiba, Beto Richa, a governador do estado: nula. A Justiça Eleitoral nega-se a considerar qualquer tomada de posição dos partidos antes que se abra a temporada legal das campanhas. Em termos legais, nem o Congresso do PT nem a reunião do PSDB paranaense aconteceram. Não há o que apreciar. Sorte para o outro candidato tucano, senador Álvaro Dias.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Certificado Lei geral de proteção de dados
Em destaque
Explosão em frente ao STF: reflexos da polarização ideológica e política no país
Publicado em 15 de novembro de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Episódio fatídico comprova que Brasília continua...
Mais visitadas
-
Essa lista preliminar de secretários na administração de Tista de Deda em Jeremoabo traz a expectativa de que todos assumam com compromiss...
-
. A recente tentativa do prefeito de Jeremoabo e seu conluio de , de contestar o resultado eleitoral que favoreceu Tista de Deda parece te...
-
. Em Jeremoabo, há uma situação tensa envolvendo o descumprimento de uma determinação judicial por parte da administração do prefeito e ...
-
A recente decisão judicial que suspendeu o concurso público em Juazeiro, no Sertão do São Francisco, traz à tona uma série de questões que...
-
O texto traz uma denúncia de hostilidade contra a Igreja Católica em Jeremoabo, destacando um episódio específico em que um indivíduo conhec...
-
O comportamento do prefeito após a derrota nas eleições revela um profundo desespero e uma atitude de retaliação contra os cidadãos que, e...
-
. Mais uma vez, a tentativa de reverter a decisão judicial sobre a vitória de Tista de Deda em Jeremoabo se mostrou infrutífera. O recente...
-
Promessa antes das eleições: Depois da derrota das eleições: O episódio envolvendo o Moto Fest 2024 em Jeremoabo é emblemático do uso polí...
-
JUSTIÇA ELEITORAL 051ª ZONA ELEITORAL DE JEREMOABO BA AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL (11527) Nº 0600425-35.2024.6.05.0051 / ...
-
A situação relatada em Jeremoabo, envolvendo o suposto concurso público fraudulento, reflete uma prática recorrente em algumas gestões púb...