Secretaria de Segurança Pública proíbe divulgação de crimes
Por Fernanda Chagas
A denúncia publicada ontem como manchete na Tribuna da Bahia de que o Caso Neylton - funcionário público morto dentro da Secretaria Municipal da Saúde, no dia seis de janeiro, - era apenas mais um entre os 159 dos 198 crimes cometidos em Salvador desde a sua morte e sem esclarecimento por parte das autoridades policiais levou a cúpula da Segurança Pública no Estado a tomar uma decisão que só fez voltar ainda mais os holofotes da imprensa e de toda a sociedade para a questão. No final da manhã o órgão emitiu uma circular “inédita” proibindo que os atendentes da Central de Telecomunicações da Polícia Militar (Centel) repassassem qualquer tipo de ocorrência policial para a imprensa, como sempre foi feito. Segundo o documento, a divulgação das informações passaria a ser de exclusiva responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública e somente poderiam ser repassadas pela assessoria de comunicação, o que gerou uma grande confusão, pois além de criar um surpreendente obstáculo para a divulgação das informações policiais e notadamente dos crimes, pegou a própria estrutura da SSP desprevenida uma vez que, ao contrário da Centel, que está habituada a esse tipo de trabalho, os funcionários da SSP não sabiam como divulgar às estatísticas. Os transtornos causados foram tantos, bem como a pressão dos jornalistas, que levaram a SSP a revogar a decisão até a próxima segunda-feira, quando “as partes envolvidas no processo” sentarão à mesa, e daí, decidirão se levarão a decisão adiante ou não. Conforme a assessoria de imprensa do órgão, de fato a sistemática irá mudar, mas até segunda ordem a Centel está autorizada a repassar todos os boletins de ocorrência. Rumores dão conta de que, embora fora do comando da cúpula da polícia baiana, o delegado Edmilson Nunes, ex-delegado-chefe da Polícia Civil, atualmente na coordenação da Superintendência de Telecomunicações, foi o apaziguador da situação, valendo-se para tanto de sua larga experiência no setor de segurança pública. A assessoria do governador, por sua vez, afirmou não tAer conhecimento do fato. A decisão causou, além de surpresa, indignação entre os profissionais de imprensa, muitos com mais de 20 anos de cobertura policial e que nunca haviam testemunhado algo nem parecido. A violação do direito de apurar e divulgar os fatos policiais com a transparência que sempre marcou os trabalhos na SSP gerou protestos e desabafos. “Sou repórter de polícia há anos e nunca vi nada parecido. Até agora não foi possível realizar a ronda e a falta de um ponto de partida nos causou uma tremenda perda de tempo”, disse um veterano repórter policial que preferiu não se identificar temendo represálias porque sua mulher é funcionária pública. “O que vai permanecer no ar é o que motivou a SSP a querer controlar o trabalho da imprensa. Será que a tentativa é de manipular os dados? E se o caso Neylton acontecesse hoje (ontem)? Nós saberíamos?”, indagou o profissional.
Fonte: Tribuna da Bahia
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