Publicado em 3 de junho de 2023 por Tribuna da Internet
Antonio Carlos Rocha
Em todo o país, as igrejas preparam comemorações para o 13 de junho, Dia do Santo Antônio (1195-1231), padroeiro de diversas cidades do Brasil e localidades em todo o Ocidente. Poucos sabem, mas o taumaturgo (milagroso) Antônio foi professor em Lisboa e no Seminário de Coimbra, logo, ele também é nosso colega de profissão. Lecionava Teologia, Filosofia e Ciências.
Dentre as várias biografias do referido frade, há uma recente, muito boa, que aborda a vida e a obra deste grande Mestre de forma jornalística e não religiosa, como se fosse uma reportagem.
A capa registra que se trata de “Santo Antonio – A história do intelectual português que se chamava Fernando, quase morreu na África, pregou por toda a Itália, ganhou fama de casamenteiro e se tornou o santo mais querido do Brasil”, Editora Planeta, autoria do jornalista brasileiro Edson Veiga, que mora atualmente na Eslovênia.
EXCELENTE OBRA – São 208 páginas de ótima leitura. O autor, paulista de Taquarituba já trabalhou nos principais jornais brasileiros (Veja SP, Estadão. Folha SP, Uol) e depois na BBC de Londres, Rádio France Internationale e Deutsche Welle da Alemanha.
Diz o autor: “Este livro foi escrito a partir de longas pesquisas e de muitas viagens. O trabalho, ainda bibliográfico e documental, começou em 2017 (…) e transcorreu ao longo de 2018, quando vivi na Itália e percorri muitos pontos onde Antônio pregou oito séculos atrás”.
Eu e minha esposa tivemos a oportunidade, no ano passado, de estar no dia 13 de junho em Lisboa, na Igreja dele. Milhares de peregrinos e visitantes de todo o mundo ganhavam o famoso pãozinho. É o Dia Nacional de Portugal e no centro da cidade, na Avenida da Liberdade, há desfile de carros alegóricos.
GRANDE MESTRE – O professor Antônio também lecionou na Universidade de Pádua, fundada em 1222, e por seus bancos passaram nomes como Nicolau Copérnico (1451-1506), Cristóvão Colombo (1451-1506), Galileu Galilei (1564-1642) entre muitos outros.
Santo Antônio faz parte da cultura brasileira, de nossa literatura, das modinhas folclóricas, como bem disse o autor. Na década de 1970, Maria Betânia gravou a música/canção/poesia “O que seria de mim, meu Deus, sem a Fé em Antônio”.
Houve época em que entre os nomes mais populares no Brasil estavam Antônio e Antônia. E haja apelidos: Toninho, Tuninho, Tonico, Tunico, Tonho etc. E, para quem não sabe, o estudo da Onomástica faz parte dos Estudos Literários, conforme ensina mestre Aurélio em seu Dicionário Século 21: “Investigação da etimologia e transformações morfológicas dos nomes próprios de pessoas e lugares”.