Matheus Pichonelli
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O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, se tornou uma fonte de transtorno para o governo federal. Indicado pelo União Brasil em troca de apoio (ainda incerto) no Congresso, o (ainda) ministro das Comunicações protagoniza uma série de episódios que deveriam tornar sua permanência no cargo insustentável.
Um deles é o montante de diárias recebidas pelos dias sem agenda em que viajou para o exterior e cidades como São Paulo e São Luís, a capital do seu estado, o Maranhão, no total de R$ 34 mil.
LEILÕES DE CAVALOS – Em uma dessas viagens, para a capital paulista, ele recebeu R$ 3 mil em diárias para quatro dias, segundo o jornal O Estado de S.Paulo. Ele viajou em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) e, chegando a São Paulo, participou de leilões de cavalo no fim de semana.
Detalhe é que, pouco depois, foi revelado que ele omitiu em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral a posse de cavalos de raça avaliados em R$ 2,2 milhões.
Mais suspeitas ainda são as emendas parlamentares destinadas em seus tempos de deputado para empresas investigadas pela Polícia Federal – algumas delas envolvidas em suspeitas envolvendo a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).
ORÇAMENTO SECRETO – Uma das empresas beneficiadas por Juscelino Filho com emendas do orçamento secreto, a Engefort, recebeu R$ 22,8 milhões em contratos. Trata-se da mesma empresa que dominou licitações da estatal em 2021 vencendo a concorrência de empresas de fachada.
Seria ótimo que o ministro viesse a público explicar as razões para priorizar tal empresa.
O deputado beneficiado também já enviou emendas para pavimentar estradas que cortam suas fazendas no interior do Maranhão. E nada disso impediu que o representante do centrão tivesse assento garantido na administração federal.
SEM CURRÍCULO – Com exceção dos bens omitidos na declaração à Justiça Eleitoral, o fato concreto é que o governo se descuidou ao nomear esse tipo de político para o Ministério
Não custava ao RH do governo Lula ter levantado algumas informações básicas sobre o currículo de seu ministro das Comunicações.
Agora o estrago está feito. A dúvida hoje não é mais sobre as razões que levaram Juscelino Filho a integrar o Ministério. O que se pergunta é por que ele ainda segue lá, criando problemas para a administração federal.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Juscelino Filho se tornou um estorvo, que desmoraliza o governo do PT. Sua demissão deveria ser considerada “para ontem”, como se dizia antigamente, mas parece que vai ficar “para nunca”. (C.N.)