Deu na Veja
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) disse nesta quarta-feira, dia 29, que está sendo vítima de “atos processuais extravagantes” por parte do juiz Eduardo Appio, novo titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, a mesma que o hoje parlamentar comandava quando era o responsável pelos processos da Operação Lava-Jato.
A afirmação está em petição encaminhada pela defesa de Moro, onde pede que Appio aprecie o pedido de suspeição dele feito pelo Ministério Público Federal.
SUSPEIÇÃO DO JUIZ – Segundo o advogado Luis Felipe Cunha, que assina o documento, a avaliação sobre eventual suspeição precede qualquer outra decisão, mas o juiz vem postergando a análise desse pedido, que está desde o dia 15 de março pronto para decisão.
“Segundo o art. 100 do Código de Processo Penal, ela deve ser despachada em até três dias após recebida, estando Vossa Excelência, a esse tempo, em atraso considerável”, diz.
A defesa de Moro também pede que Appio reconsidere a decisão de enviar para o Supremo Tribunal Federal (STF) as acusações feitas pelo doleiro Rodrigo Tacla Duran, ex-operador da Odebrecht, na última segunda-feira, na qual diz ter sido extorquido para que obtivesse benefícios na Lava-Jato.
AFIRMA O DOLEIRO – Duran alega pago 613 mil dólares a um advogado próximo a Moro para obter um acordo de delação premiada que seria avalizado pelo coordenador da força-tarefa em Curitiba, o hoje deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR).
Em nota, Moro rebateu Tacla Duran, a quem chamou de “criminoso confesso e destituído de credibilidade”. “Trata-se de uma pessoa que, após inicialmente negar, confessou depois lavar profissionalmente dinheiro para a Odebrecht e teve a prisão preventiva decretada na Lava-Jato. Desde 2017 faz acusações falsas, sem qualquer prova, salvo as que ele mesmo fabricou”, disse.
Em suas redes sociais, Deltan foi na mesma linha: “Não é nada mais que uma história falsa, requentada pela terceira vez sem novidade e que já foi investigada pelo MPF e PGR, que a descartaram totalmente. Isso revela desespero”, postou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O juiz Appio entrou pelo cano ao acreditar nas acusações de Tacla Duran, que é ligado ao PT e prestou depoimento na CPI da JBS instruído por dois deputados do partido, Wadih Damous, ex-presidente da OAB do Rio, e Paulo Pimenta, que hoje é ministro da Comunicação Social. Depois voltaremos ao assunto. (C.N.)