Mariana Muniz
O Globo
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski encaminhou para manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) as informações prestadas pela 13ª Vara Federal de Curitiba referentes ao depoimento do advogado Tacla Duran, réu confesso de lavagem de dinheiro para a Odebrecht.
Segundo nota divulgada pelo gabinete do ministro, em despacho assinado na tarde desta quarta-feira, Lewandowski separou os documentos do processo no qual as informações foram prestadas. Assim, o inquérito tramitará de forma autônoma e em caráter sigiloso.
NOVO INQUÉRITO – Novo responsável pela 13ª Vara Federal de Curitiba, o juiz Eduardo Appio decidiu enviar o caso envolvendo Tacla Duran e o senador Sergio Moro (União-PR) ao Supremo. O magistrado já havia revogado a ordem de prisão preventiva expedida contra o advogado, réu confesso de lavagem de dinheiro para a Odebrecht. A decisão havia sido dada por Moro, quando ele era o juiz responsável pela Lava-Jato.
Na segunda-feira, ao prestar depoimento ao juiz Appio, Tacla afirmou ter sido vítima de um suposto esquema de extorsão envolvendo Moro e mencionou o nome do ex-procurador e agora deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR).
O caso está sob a relatoria de Lewandowski por ser ele o relator de uma ação que suspendeu decisões da operação Lava-Jato contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A nova petição, no entanto, poderá mudar de mãos em breve uma vez que o ministro se aposentará compulsoriamente em meados de abril, quando completa 75 anos.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Vai ser interessante acompanhar esse novo inquérito. As provas apresentadas por Duran terão de periciadas. Quando for constatado que houve fraude, a situação dele se agravará, porque além de responder por lavagem de dinheiro, será acusado também de falsidade ideológica. Depois voltaremos ao assunto e iremos mostrar, com absoluta exclusividade, as provas da fraude cometida pelo doleiro da Odebrecht. (C.N.)