Publicado em 31 de julho de 2022 por Tribuna da Internet
Antonio Carlos Rocha
No bairro Saldanha, próximo à estação do Metrô, eu e minha esposa descobrimos o Restaurante Shree Ram. Telefonei antes e informaram que era comida indiana e vegetariana. Lá fomos. Na entrada, uma pequena mesa com a imagem do Deus Ganesha e depois ao Mestre Avatar Senhor Ram, ou Rama.
Me disseram que eram do Punjab, um Estado indiano com fortes tradições védicas. A colônia indiana tem crescido em Portugal. Nas ruas vemos as mulheres com seus longos saris multicoloridos e o ponto vermelho pintado entre as sobrancelhas, simbolizando a Terceira Visão, o olho do Deus Shiva, o segundo na trindade hindu.
ALGO LEVE… – Do cardápio não entendemos nada e sorrindo o garçom veio explicar que deveríamos pedir algo leve, light, sem muita pimenta. Mas o prato que escolhi era carregado de pimenta, por mais suave que ele tenha me garantido; no local, mesmo tendo ar condicionado, eu suava e chorava pelo efeito dos condimentos e temperos. Lágrimas escorriam de satisfação gastronômica e o garçom sorria.
A maioria dos fregueses pareciam hindus. Falavam na língua local de seu Estado. Pesquisando descobri que a Índia tem mais de 400 idiomas e dialetos. O interessante é que tais culturas tem músicas próprias, literaturas oral ou escrita e tudo o mais de uma civilização que tem mais 5 mil anos. O hindi e o inglês são as línguas oficiais do país.
“Ram” é um mantra, prece, oração, uma sílaba sagrada, significa “alegrar-se, descansar”. Rama é um conhecido Avatar, reencarnação do Deus Vixnu, o terceiro na Trindade hindu. Sua vida e seus feitos estão registrados no poema épico “Ramayana”, um clássico da Literatura mundial.
IGUAL À ODISSEIA – Estudiosos afirmam que “o Ramayana, em importância, compara-se à Odisseia, de Homero. O Ramayana contém 24 mil estrofes, no original sânscrito, contando as peregrinações do Deus Rama e sua esposa Sita.
Rama e Sita tiveram dois filhos, Lava e Kusa; o primeiro reinou em Sarasvati, no tempo de Buda, séculos 5 ou 6 antes de Cristo. Seus descendentes são considerados fundadores de grandes cidades e reinos que floresceram na Índia, antes da chegada dos ingleses.
Saímos alimentados, felizes com direito a reverências aos Deuses Ram e Ganesha, este último, muito popular no Brasil. Vamos pedir aos amigos espirituais Rama e Ganesha que iluminem os eleitores brasileiros em outubro vindouro.