João Pedro Pitombo,
do A TARDE On Line
A rotina do professor é puxada. Durante o dia, eles são os donos do giz. Têm a missão de educar e lecionar para dezenas de alunos. À noite, eles se tornam estudantes. Nas cadeiras da universidade, mais de quatro mil docentes baianos buscam a formação plena, exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
O desafio de passar por uma universidade, no entanto, ainda não é uma realidade para cerca de 64% dos professores da rede pública da Bahia. Ao todo, são cerca de 80 mil docentes que lecionam sem possuir curso superior completo, sendo 64 mil nos colégios municipais e 16 mil na rede estadual de ensino.
Quando aprovada em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases concedeu um prazo de dez anos para que 100% dos docentes tivessem formação plena. Onze anos depois, os números mostram que a Bahia ainda está longe da universalização do ensino superior para os professores da rede pública.
“A nossa meta é que até 2011 a rede estadual tenha todos os seus docentes graduados. Ainda estamos buscando parcerias com as prefeituras para ampliar a formação nas escolas municipais”, afirma o diretor do Instituto Anísio Teixeira (IAT), Penildon Silva. O órgão, vinculado à Secretaria Estadual de Educação, é responsável pela capacitação de servidores estaduais.
A formação dos professores é feita através de parcerias com as universidades estaduais, federais, além de algumas instituições privadas. Atualmente os cursos são presenciais, mas o IAT estuda o uso da educação à distância para a capacitação dos docentes, através do Programa Universidade Aberta, do governo federal.
Dificuldade – Uma das principais queixas dos professores em formação é a dificuldade de conciliar o curso universitário com a rotina desgastante da sala de aula. “A nossa carga horária de trabalho é de 40 horas semanais, por isso sobra pouco tempo para se dedicar à faculdade. Temos que estudar nos sábados, domingos e madrugadas”, conta Cecília Caramés, graduanda do curso de matemática da Universidade Federal da Bahia.
Professora do Colégio Estadual Raphael Serravale, Cecília leciona há 16 anos e possui apenas a chamada licenciatura curta nas áreas de ciências e matemática. Criada em 1971, este tipo de graduação foi formulada para dar uma formação rápida e generalista aos professores. A intenção era atender a crescente demanda por docentes nas escolas de ensino fundamental da rede pública. A licenciatura curta, contudo, foi extinta com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases.
Apesar das adversidades, os docentes reconhecem a importância de uma formação universitária. É o caso da professora Joseane Ferreira, que se matriculou em uma faculdade privada por conta própria e hoje conta com uma bolsa integral custeada pela Secretaria de Educação. O professor de educação física Álvaro Macedo vai além. Graduado há mais de 20 anos, ele defende uma permanente capacitação do docente. “O curso superior é só o primeiro passo”, opina.
Capacitação – Além da formação universitária, o professor ainda tem a opção de participar de cursos de extensão e pós-graduação. Entidades como a Associação Classista de Educação do Estado da Bahia (ACEB) oferecem formação continuada com disciplinas de educação ambiental, estudos da história afro-brasileira e educação para alunos com necessidades especiais. “Estamos constantemente passando por mudanças de paradigma, por isso, os professores precisam se preparar”, recomenda a coordenadora pedagógica da ACEB, Cássia Magalhães.
O professor da Universidade Federal de Minas Gerais Miguel Arroyo, que ministrou palestra num seminário promovido pelo IAT, defende uma formação pedagógica do docente. “O professor não deve aprender somente métodos de ensino. É necessário que ele desenvolva uma teoria pedagógica, de formação do ser humano. Muito mais que um professor, ele deve ser um educador”, opina.
Fonte: A TARDE
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