Silvio Ribas, do A TARDE
A Polícia Federal (PF) voltou a usar de desinformação para confundir os advogados dos 17 presos pela Operação Jaleco Branco e garantir os cinco dias de prisão temporária em Brasília. A incerteza sobre os próximos passos da operação gerou muitos deslocamentos e esperas inúteis.
A série de depoimentos das pessoas presas quinta-feira na Bahia, marcada para começar no início da tarde do dia seguinte, foi suspensa e só retomada na manhã deste sábado, 24. Os delegados da Superintendência de Inteligência da PF, identificados apenas como Rosset e Wellington, e que coordenaram buscas e prisões em Salvador, alegaram cansaço após vários dias e noites ininterruptos de trabalho para prosseguir.
Os dois primeiros a depor, com a presença dos advogados, foram o empresário Afrânio Mattos e a procuradora-geral da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Ana Guiomar Nascimento. Eles eram os únicos que estavam presos na Superintendência da Polícia Federal, local onde todos serão ouvidos. Havia a expectativa de que Afrânio seria liberado logo depois do depoimento, por apresentar problemas de saúde, tendo, inclusive, recebido atendimento médico.
Os demais começaram a chegar apenas à tarde. Quase todos os 15 estão na carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE), da Polícia Civil do Distrito Federal. A presença da imprensa no local foi amplamente vetada neste sábado.
Histórico – O esquema investigado pela Jaleco Branco seria comandado por empresários dos setores de prestação de serviços de limpeza e segurança. Com a ajuda de servidores públicos, eles fraudavam licitações no Estado da Bahia, no município de Salvador e na Ufba.
As investigações da PF e Ministério Público Federal (MPF) revelaram que os fraudadores combinavam preços, formaram cartel e usavam empresas de fachada. O grupo também se beneficiava de contratos emergenciais que continham vícios. Em 10 anos, a quadrilha teria provocado prejuízo de R$$ 625 milhões aos cofres públicos. Para cumprir os mandados foram mobilizados 200 agentes. A operação contou com apoio do MPF, INSS e Receita Federal.
Fonte: A TARDE
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