Crime ocorreu em Imbassaí, na Linha Verde, onde a vítima morava há quatro meses
Marcelo Brandão
Violentada por três homens, a turista uruguaia Silvia Maria Gorni Rivero, 29 anos, foi morta por estrangulamento na localidade de Imbassaí, distrito de Mata de São João, município do litoral norte, a 56km de Salvador. A vítima estava desaparecida há 20 dias e seu corpo, em avançado estado de decomposição, foi encontrado, ontem pela manhã, enterrado em cova rasa à margem do rio que dá nome ao povoado. De acordo com a polícia, o crime aconteceu em meio a uma orgia de drogas ilícitas, sexo e álcool durante uma festa rave.
Acusados de participação no crime, os nativos Wemley dos Santos Barreto e Paulo Henrique dos Santos Souza foram presos pela polícia na madrugada de ontem e revelaram onde estava o corpo da vítima. Apontado como autor material do assassinato, o porteiro Adelson Ferreira da Silva, 28, está foragido. O desaparecimento da turista mobilizou até o cônsul do Uruguai no Brasil, José Carlos Augusto da Silva, que vinha acompanhando as investigações da polícia há cerca de 15 dias.
O corpo de Silvia Maria foi encontrado por volta das 7h de ontem, depois que os nativos Wemley e Paulo Henrique, presos horas antes, guiaram policiais civis até uma região de mangue, próximo à foz do Rio Imbassaí, onde eles e Adelson o haviam enterrado. Equipes do Departamento de Polícia Técnica (DPT) chegaram ao local por volta das 10h e retiraram da cova rasa o que restara do cadáver para periciá-lo. A cabeça não foi encontrada, apesar da varredura realizada na área por uma guarnição do Corpo de Bombeiros.
Os delegados Joelson Reis, diretor do Departamento de Polícia Interestadual (Polinter), e Marcos Laranjeiras, titular da Delegacia de Proteção Ambiental (DPA/Praia do Forte), estão à frente das investigações há cerca de 15 dias. Festa ‘rave’ - O caso passou a ser investigado depois que o desaparecimento da uruguaia foi registrado na delegacia de Praia do Forte, no dia 8 deste mês, pela artesã Marta Muniz de Queiroz, 36, dona da casa onde Silvia Maria estava hospedada. O cônsul uruguaio também procurou a polícia, depois que os pais da turista o acionaram, preocupados com a falta de notícias da filha. Os agentes descobriram que a uruguaia tinha sido vista em companhia dos acusados, numa festa rave realizada no bar e restaurante Kangurus, na noite do dia 3.
De acordo com testemunhas, Sílvia Maria foi vista pela última vez, na manhã do dia 4, bebendo cerveja junto com os acusados numa barraca de praia, pouco depois de sair da festa. Em seguida, conforme os depoimentos de Wemley e Paulo Henrique, os quatro foram para a casa de Adelson, onde cheiraram cocaína. Em meio à orgia de drogas, o porteiro teria tentado fazer sexo com a vítima, que se negou e acabou sendo violentada e estrangulada por ele. Os dois nativos admitem ter presenciado o estupro e o assassinato, mas negam participação nos crimes.
Wemley e Paulo Henrique também negaram ter ajudado Adelson a enterrar o corpo, mas guiaram os agentes até o local exato onde Sílvia Maria foi encontrada. A polícia não acredita na versão da dupla e suspeita que os três tiveram igual participação no estupro, homicídio e ocultação do cadáver. Segundo os dois presos, Adelson trabalhava como porteiro no condomínio Reta Atlântica, situado na reserva ecológica de Imbassaí, mas também traficava cocaína.
Ao contrário de Wemley e Paulo Henrique, Adelson não é nativo de Imbassaí. Natural de Salvador, morava na localidade há cerca de seis meses. O delegado Marcos Laranjeiras autuou a dupla em flagrante por ocultação de cadáver, mas disse que eles também vão responder por estupro e co-participação em homicídio qualificado. Adelson vai ter o pedido de prisão preventiva solicitado pelo delegado à Justiça. Silvia Maria estava no Brasil desde março.
***
Professora de teatro por três meses
Natural da cidade de Montevidéu, no Uruguai, Silvia Maria Gorni Rivero, 29 anos, veio para a Bahia a turismo há cerca de oito meses, mas acabou sendo contratada como professora de teatro da organização não-governamental Projeto Onda Verde e Capitães de Areia, sediada na localidade de Diogo. Ela assinou um contrato de trabalho de três meses com a ONG e lecionou para pessoas carentes de povoados da Linha Verde, depois de conhecer um integrante da entidade em Salvador.
Durante as aulas de teatro em Diogo, Silvia Maria conheceu a artesã paulista Marta Muniz de Queiroz, 36, uma de suas alunas, de quem ficou amiga e passou a morar na casa dela, em Imbassaí. Segundo Marta, nos primeiros três meses, a uruguaia demonstrou ser uma excelente pessoa, tendo, inclusive, se apegado aos seus dois filhos pequenos. Mas, depois que acabou o contrato com a ONG, em setembro, ela mudou o comportamento e passou a freqüentar festas, ficando fora por dias consecutivos.
Incomodada com o comportamento da amiga, que passou a se relacionar com usuários de drogas, a artesã contou que resolveu conversar com ela. Silvia Maria teria negado o uso de entorpecentes, mas admitiu que teve problemas de dependência química no seu país, chegando a fazer tratamentos para deixar o vício. Um dia antes do desaparecimento da uruguaia, Marta diz ter viajado para vender algumas peças em Praia do Forte e, ao voltar, encontrou pratos com resíduos de cocaína e a casa revirada.
Marta conta que pretendia conversar novamente com Silvia Maria, mas ela não retornou. Como a amiga costumava dormir fora, a artesã somente notificou seu desaparecimento no dia 8, quatro dias após o sumiço. Após o fim do contrato com a ONG, a turista trabalhava como garçonete em um restaurante em Praia do Forte.
Fonte: Correio da Bahia
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