Estado tem 45 municípios considerados prioritários e incluídos em programa nacional
Mariana Rios
Com 45 municípios considerados prioritários e incluídos no Programa Nacional de Controle à Dengue, a Bahia apresenta deficiências consideradas graves no combate à doença. Menos de 17% destes municípios garantiram seis visitas mínimas aos domicílios, 55% não têm quantidade adequada de agentes de campo e 64% não desenvolveram plano de contingência para situações de epidemia. Os dados foram revelados ontem em audiência pública promovida pelo Ministério Público Estadual, em Nazaré. A apresentação foi feita pela coordenadora de doenças de transmissão vetorial da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), Jesuína Castro. Ela pontuou que Salvador e Camaçari são as cidades que possuem maior risco de ocorrer um surto de dengue. Segundo a coordenadora, os dados do levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde, que incluía ainda Itabuna na lista, estão defasados. “Eles utilizaram o dado do ano passado. Nem Itabuna nem Teixeira de Freitas estão com altos índices de infestação predial”, explicou Jesuína. Mas, dada a situação de descaso descrita, todos os outros 43 municípios também passam a ser considerados áreas de risco.
Números - A dengue vitimou 12 mil baianos este ano, mas o número está subnotificado – segundo a própria Sesab. Até agora, foram registrados 18 óbitos, sendo oito em Salvador. Confirmados, entretanto, são apenas dois na capital e um no município de Luís Eduardo Magalhães. “Cerca de 53% dos prioritários estão com infestação considerada perigosa”, afirmou Jesuína para a platéia esvaziada.
O MP irá mobilizar os promotores do interior para cobrar a adoção das medidas, garantiu a coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Defesa da Saúde (Gesau), a promotora de Justiça, Itana Viana, que solicitou a audiência pública. “Vamos utilizar a capilaridade da instituição para que, pelo menos, os municípios prioritários desenvolvam ações efetivas”, declarou Viana, explicando que o MP instaurou um inquérito civil para apurar a situação da doença no estado.
A pouca participação de órgãos públicos, entidades não-governamentais e movimentos sociais demonstrou, na opinião de Jesuína, como a dengue vem sendo tratada de forma desarticulada. Compareceu metade das mais de 26 representações convidadas. “Temos zonas periféricas com abastecimento crítico, problema com coleta irregular de lixo, fatores que contribuem para a disseminação da doença. Este é um momento público para ouvir todos e discutir estratégias”, pontuou a promotora.
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Contingência fica na gaveta
Além da insuficiência de pessoal, como agentes de saúde, preocupa os profissionais de saúde a possibilidade de chegada em Salvador do quarto sorotipo de doença. “Por ser pólo turístico, pode ser que entre esta variação. Se entrar, teremos uma epidemia como em 2002, quando 30 mil pessoas foram infectadas”, declarou a coordenadora de saúde ambiental da secretária municipal de Saúde, Josélia Sande, confirmando que o plano de contingência não saiu da gaveta.
Em Salvador, foram registrados 1.700 casos clássicos da doença e 17 do tipo hemorrágico. A dengue é causada por um arbovírus (tipo viral transmitido por mosquitos) e são conhecidos quatro sorotipos: DENV 1, DENV 2, DENV 3 e DENV 4. A doença é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, que põe seus ovos em água limpa e parada. Por isso, a importância de tampar e proteger reservatórios de água e evitar o acúmulo do líquido em garrafas e pneus.
Fonte: Correio da Bahia
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