BRASÍLIA - O Ministério Público (MP) tem sob sua mira mais uma extensa lista de investigados e prováveis denunciados no caso do mensalão tucano. Da lista faz parte a empresa do ex-ministro das Relações Institucionais Walfrido Mares Guia, Samos Participações.
Há, ainda, empreiteiras, beneficiários dos recursos do empresário Marcos Valério, dirigentes do Banco Rural, uma quarta estatal mineira - Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) -, além de pelo menos outras 21 pessoas que teriam recebido recursos da organização. Denunciado por peculato e lavagem de dinheiro, Mares Guia poderá ter mais explicações a dar à Justiça.
O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, apura ainda se houve irregularidades no empréstimo feito pela Samos no Banco Rural que teria servido para pagar o silêncio de Cláudio Mourão, tesoureiro da campanha do senador Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo mineiro em 1998, que estaria ameaçando falar sobre o mensalão tucano.
O empréstimo foi feito em nome da empresa Samos em 26 de setembro de 2002 e teve como avalistas Azeredo e o próprio Mares Guia. De acordo com as investigações, R$ 507 mil foram retirados do Rural pela Samos e repassados a Valério, que já teria pagado a Mourão R$ 700 mil para que ficasse calado.
Na denúncia, o procurador diz que Mares Guia "não hesitou em participar da operação destinada a atender exigência de Cláudio Mourão" e argumenta que a operação se destinava a "impedir qualquer tipo de publicidade para os crimes perpetrados em 1998".
O procurador comunicou que o caso envolvendo a Samos "será objeto de manifestação específica oportunamente". Mares Guia, em carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou ser inocente de todas as acusações. Outro que já está denunciado e cuja situação pode se complicar ainda mais é o candidato a vice na chapa de Azeredo, Clésio Andrade.
Atual presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Clésio foi apontado como responsável por angariar recursos para o mensalão e chegou a fazer empréstimos no Banco Rural. O procurador-geral da República identificou "promiscuidades" na relação do Rural com o empresário.
Dirigentes
Os dirigentes da Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig), da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e do Banco do Estado de Minas (Bemge), já denunciados por peculato e lavagem de dinheiro, podem também ser denunciados por improbidade administrativa e ser obrigados a devolver aos cofres públicos a verba que teria sido desviada para a campanha de Azeredo.
Além dessas três empresas, dirigentes da Cemig também desviaram R$ 1,6 milhão, de acordo com a denúncia do Ministério Público, para contribuir com o mensalão tucano. Essa acusação será apurada pelo Ministério Público de Minas.
Segundo Souza, Azeredo e Mares Guia devem ter se beneficiado desse novo desvio, mas não há provas até o momento. "É óbvio que eles se beneficiaram do crime. Entretanto, ainda não há elementos suficientes para afirmar que eles concorreram para o fato. Caso surjam novas provas nesse sentido, o aspecto penal da matéria deverá ser declinado para o Supremo", afirmou Souza.
O MP ainda investigará 21 pessoas que teriam recebido recursos do mensalão tucano, como o publicitário Duda Mendonça (já denunciado no mensalão do governo federal) e empresas que contribuíram irregularmente para a campanha de olho em contratos com o governo mineiro, entre elas várias empreiteiras.
Rogério Tolentino, juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas em 1998 e hoje sócio de Valério, será outro a ser investigado. Há indícios colhidos pela Polícia Federal (PF) de que ele tenha recebido dinheiro do mensalão tucano para proferir decisões judiciais favoráveis à campanha de Azeredo.
Se as investigações comprovarem prática de crime por esses novos investigados, as denúncias serão feitas à Justiça Federal. Como não têm foro privilegiado, serão julgados em primeira instância.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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