Publicado em 19 de junho de 2023 por Tribuna da Internet
Carlos Newton
Os adoradores de Lula da Silva e os jornalistas amestrados estão inconsoláveis com esse novo adiamento da presença do doleiro Tacla Duran na Câmara dos Deputados, desta vez marcado para as 14h30m desta segunda-feira, quando prometeu exibir as provas de que o ex-juiz Sérgio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol teriam tentado lhe extorquir durante a Lava Jato.
Segundo a comissão da Câmara, o cancelamento da sessão de segunda-feira ocorreu por “questões burocráticas” a envolver a cooperação internacional com a Espanha. Mas isso é “menas verdade”, como dizia Lula da Silva antes do curso intensivo de português para principiantes.
QUESTÕES BUROCRÁTICAS? – Na verdade, não há problemas burocráticos na cooperação internacional com a Espanha. Muito pelo contrário, o entendimento jurídico entre os dois países é de tal ordem que Tacla Duran preferiu prestar depoimento à Justiça espanhola e confessou ter aberto duas empresas de fachada – uma em Madri e a outra em Cingapura, para emitir notas fiscais falsas a serem usadas na lavagem de dinheiro em paraísos fiscais, em benefício de empreiteiras envolvidas na Lava Jato, como Odebrecht e UTC.
Com isso, passou a ser processado na Espanha apenas por emissão de notas frias, um crime menor, ao invés de responder no Brasil por lavagem de dinheiro, muito mais grave. Mas isso não impede que venha ao Brasil, porque seu passaporte espanhol está válido, não há questões burocráticas retendo o doleiro, que é apresentado pela imprensa amestrada como “advogado” ou “consultor” da Odebrecht, embora não exista nenhum registro em seu nome na OAB, nem ativo nem inativo.
O que então justificaria os adiamentos do retorno do doleiro foragido desde 2016, que acaba de ser “desprocessado” pelo ministro Dias Toffoli, que lhe concedeu habeas corpus para voltar ao Brasil?
POSSÍVEIS RAZÕES – Bem, esse posicionamento cauteloso de Tacla Duran pode ser causado por vários motivos, que podemos enumerar:
1) A situação está absolutamente favorável a ele, com a imprensa inteira a seu favor, o que permite que possa exigir um pagamento mais substancial aos empresários que o patrocinam e se comprometeram a devolver à União e à Petrobras R$ 25 bilhões, dos quais só foram pagos R$ 6,7 bilhões. Liderados por Wesley e Joesley Batista, esses empresários não querem quitar os restantes R$ 18,3 bilhões e ainda sonham em reaver os R$ 6,7 bilhões que devolveram. Por isso estão bancando as aventuras de Duran.
2) Duran já recebeu o suficiente do lobby da corrupção, e não tem mais motivos para voltar ao Brasil, por temer uma reviravolta judicial e nova ordem de prisão, porque são grotescamente fraudadas as provas que apresentou em 2018 ao depor à defesa de Lula da Silva e ao Congresso, por videoconferência.
3) O doleiro pode até ter providenciado novas provas, retirando as patéticas evidências de fraude, mas corre risco se exibi-las agora, porque haverá o necessário cotejo com as provas anteriores e ele ficará definitivamente em má situação.
O MAIS PROVÁVEL – Tacla Duran é espertíssimo, sabe lidar com empresários corruptos e deve estar exigindo mais dinheiro depositado em paraísos fiscais.
Se for esse o caso, ele jamais voltará ao país, e assim as acusações contra Moro e Dallagnol vão escorrer para o esgoto político. Aliás, é preciso ser muito idiota para acreditar no doleiro.
Afinal, a Lava Jato investigou cerca de 3 mil pessoas, das quais 600 foram processadas, 286 condenadas, incluindo 23 políticos, e apenas um dos 3 mil investigados, chamado Tacla Duran. diz ter sofrido extorsão… Sinceramente, é preciso ser um petista muito fanático para acreditar numa lorota dessas.
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P.S. – Tacla Duran é uma nova versão de Peter Kellemen, um húngaro que veio morar no Brasil, aplicou uma série de golpes na praça, lançou o Carnê Fartura, que prometia prêmios e financiamentos, fugiu do país com passaporte falso e lançou um livro ensinando estrangeiros a se dar bem por aqui, chamado “Brasil para Principiantes”, publicado em 1961 e que virou um estrondoso sucesso de vendas. Assim, aguardem em breve as memórias de Tacla Duran, que serão eletrizantes. (C.N.)