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segunda-feira, dezembro 31, 2007

Libertação de reféns das Farc adiada

A entrega dos reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), prevista para ontem, foi adiada mais uma vez. Num dia confuso, com muitas informações contrastantes, a versão final foi anunciada pelo coordenador da missão, Ramón Rodríguez Chacín. Segundo ele, a operação não foi realizada porque as Farc não transmitiram as coordenadas para o local de libertação da deputada Consuelo González, a assessora política Clara Rojas e seu filho Emmanuel, nascido em cativeiro.
- O governo colombiano está colaborando, mas nem eles nem nós sabemos qual o lugar da entrega - afirmou Chacín em Caracas. - Tenham fé: a operação ocorrerá tão logo tenhamos as coordenadas. No local já estão os helicópteros grandes e facilidades médicas. Tudo está pronto. Mas é preciso entender que a patrulha das Farc que se move com os reféns tem de tomar precauções.
Ontem, uma fonte do governo do presidente Álvaro Uribe havia dito que a operação de resgate não pôde ser realizada por dificuldades logísticas.
- Chacín ainda não chegou e, como ele não está aqui, não podemos iniciar a operação - afirmou o funcionário em Villavicencio.
A Colômbia autorizou a entrada no país de avião com o ex-ministro. Mas até a tarde de ontem, a aeronave não havia chegado à cidade. A rádio Caracol chegou a informar que Chacín já tinha as coordenadas para o local de encontro na floresta colombiana. A entrega dos reféns, segundo o plano apresentado pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, acontecerá em algum lugar dos cinco departamentos do Centro e do Sudeste da Colômbia, que somam 310 mil km e onde as Farc têm forte presença.
O ministro de Relações Exteriores venezuelano, Nicolás Maduro, admitiu que o resgate "pode levar mais dias" e que é preciso ter "paciência e nervos de aço". Oficiais colombianos haviam dito para a Venezuela que eles tinham até às 19h de ontem para pegar os reféns. Mas o alto comissário para a paz da Colômbia, Luis Carlos Restrepo, depois sugeriu que o prazo é flexível:
- O único interesse é a liberação dos reféns e não há limite de tempo para concretizar a tarefa - disse.
Dois novos helicópteros
O governo de Uribe autorizou ontem a entrada na Colômbia de dois novos helicópteros civis, identificados com os emblemas da Cruz Vermelha Internacional. As máquinas têm maior poder de manobra que os MIM-17 caso as condições do local para onde vão sejam difíceis.
Chávez disse no sábado à noite que espera que antes de Ano Novo os reféns sejam libertados, mas novamente encontrou motivos para atacar os EUA ao admitir que existem setores "dentro e fora da Colômbia que apostam no fracasso" da missão.
- O primeiro deles é o governo americano, que tem, há muito tempo, todo um aparato tecnológico que busca a desestabilização e a guerra. Eles não querem a paz nem se importam com a vida de ninguém - ressaltou.
O governo da Colômbia negou a interferência americana no processo. Chávez concluiu que se a operação demorar de três a cinco dias, por razões de segurança, pode entrar em colapso, e os responsáveis terão de pensar em outra saída.
Enviados estrangeiros chegaram à Villavicencio no sábado para observar a missão. Entre eles, estão o assessor da Presidência brasileira, Marco Aurélio Garcia e o diretor de cinema Oliver Stone, que faz um documentário sobre a América Latina. Cerca de 15 parentes dos reféns também estão no local.
Fonte: JB Online

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