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terça-feira, julho 07, 2020

Mourão defende diálogo e aliança com Centrão: “Se não houver coalizão o presidente não governa”


Charge do Iotti (gauchazh.clicrbs.com.br)
Victor Farias
O Globo
O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira, dia 6, que o governo atual começou com uma “visão idílica” que o deixou “aprisionado” durante o primeiro ano de gestão, ao tentar negociar a aprovação de projetos com bancadas temáticas no Congresso. Segundo Mourão, Bolsonaro “mudou a sua rota” em 2020. Ele defendeu ainda que, “se não houver coalizão, o presidente não governa”.
“O governo começou com uma visão idílica, estou sendo bem sincero, de que por meio das bancadas temáticas nós teríamos um relacionamento eficiente com o Congresso”, afirmou em conversa promovida pelo Credit Suisse, acrescentando: “Quando viramos esse ano, o presidente, que obviamente passou 28 anos dentro da casa, sabe como a coisa funciona, entendeu que tinha que ter uma base mais consistente”, disse.
“TOMA LÁ DÁ CÁ” – Mourão citou as criticas feitas ao governo de que a prática do “toma lá da cá”, condenada pelo presidente Jair Bolsonaro, teriam voltado a Brasília, mas disse que isso faz parte do presidencialismo. Ele também afirmou que, em um Congresso fragmentado como o brasileiro, qualquer presidente que assuma precisará dialogar com os partidos de centro.
“E aí, óbvio, a crÍtica, “não, voltou o toma lá da cá, vai dar cargo, vai dar ministério”… É, o partido que quer estar junto do governo ele quer participar, e a participação se faz dessa forma. Muito se fala da questão presidencialismo de coalizão, o presidencialismo ele só pode ser de coalizão. Pra mim presidencialismo de coalizão é pleonasmo. Se não houver coalizão o presidente não governa”, comentou.
INTERLOCUÇÃO – Segundo o vice-presidente, a relação entre o Executivo e o Legislativo foi reforçada com a chegada do ministro das Comunicações, Fábio Faria, que antes ocupava cargo de deputado federal pelo PSD do Rio Grande do Norte. Faria tem boa interlocução com o Congresso e com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
“Eu vejo que nós vamos avançar para ter uma base mais consistente e que irá facilitar a aprovação das reformas”, afirmou. Mourão disse, no entanto, que o governo precisa melhorar a relação com estados. De acordo com eles, é preciso “estender outras pontes” para que o trabalho seja mais integrado, nesse contexto de pandemia do novo coronavírus.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – 
A atual gestão está imobilizada e rendida. Tanto que Bolsonaro há algumas semanas já baixou o tom. Deixou chegar a tal ponto com tanta trapalhada de seus ministros e filhos, que agora depende mais do que nunca do apoio do Centrão para sobreviver aos próximos meses no Planalto. Para tanto, negocia cargos e usa o dinheiro público. Tenta se apegar à boia que poderá, quem sabe, salvá-lo de um possível impeachment. Além disso, precisará arquitetar como salvará também os três trapalhões do seu clã. Se Bolsonaro pensou que iria brincar de ser presidente com sua arma de dedinhos até o final do mandato, percebeu, tardiamente, que administrar um país é muito mais complicado do que passar mais de duas décadas passivamente ostentando um cargo de deputado, com direito a uma soneca durante as sessões.  (Marcelo Copelli)

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