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quarta-feira, setembro 15, 2010

Verônica Serra, ACUSADÍSSIMA agora de ter o sigilo fiscal vazado, em 2001 estava do outro lado. Quebrou o sigilo de 60 milhões de brasileiros. E até o Daniel Dantas era APANIGUADO

O que está no título destas notas ou lembranças, é raro, quase inédito, mas rigorosamente verdadeiro. Os ricos, mesmo os de fortuna LEGÍTIMA, vá lá, se escondem, se fecham no silêncio, detestam que apregoem ou desvendem a que alturas o seu rico dinheiro já atingiu.

(Uma das razões da repercussão espantosa da quebra do sigilo da Receita federal, não é por causa da campanha eleitoral, nem porque tentaram atingir o candidato José Serra. Até pode ou poderia atingir o presidenciável do PSDB, mas o número de “levantamento” de sigilos, já ultrapassou a casa de milhares, e portanto, Serra e a filha estão distantes e não i-s-o-la-d-o-s).

Além do mais, a revista “Carta Capital”, no exemplar que está nas bancas, revela a ação nada exemplar de personagem que estava de um lado em 2001, e do outro, agora, e que se chama Verônica Serra, filha do ex-governador. Apenas transcrevo o que saiu na revista, apenas e simplesmente procurando que mais cidadãos tomem conhecimento dos fatos.

Da “Carta Capital”, textual: “Em 30 de janeiro de 2001, o peemedebista Michel Temer, então presidente da Câmara dos Deputados, enviou um ofício ao Banco Central, comandado à época pelo economista Armínio Fraga. Queria explicações sobre um CASO ESCABROSO.(A maiúscula é minha. HF) Naquele mesmo mês, por cerca de 20 dias, os dados de quase 60 milhões de correntistas brasileiros haviam ficado expostos à visitação pública na internet, no que é, provavelmente uma das maiores quebras de sigilo bancário da história do País.”

Continuando, apenas para não ficar muito longo, e facilitar a leitura: “O site responsável pelo crime, filial brasileira de uma empresa argentina, se chamava Decidir.com e, curiosamente, tinha registro em Miami, nos Estados Unidos, em nome de seis sócios. Dois deles eram empresárias brasileiras: Verônica Allende Serra e Verônica Dantas Rodenburg”.

“A Decidir.com teve acesso às informações cadastrais, mesmo sem ser empresa de recuperação de créditos. Continuando, vem a matéria assinada por Leandro Fortes, com o título “SINAIS TROCADOS. Extinta empresa de Verônica Serra, expôs os dados bancários de 60 milhões de brasileiros, obtidos num acordo questionável com o governo FHC”.

Textual e não contestado por ninguém, continua o repórter Leandro Fortes: “Ironia do destino, a advogada Verônica Serra, 41 anos, é hoje a principal estrela da campanha política do pai, José Serra, justamente por ser vítima de uma ainda mal explicada quebra de sigilo fiscal cometida por funcionários da Receita Federal. A violação dos dados de Verônica tem sido extensamente explorada na campanha eleitoral. Serra acusou diretamente Dilma Rousseff de responsabilidade pelo crime, embora tenha abrandado o discurso nos últimos dias“.

“Naquele começo de 2001, ainda durante o segundo mandato do presidente FHC, Temer não haveria de receber uma resposta de Fraga. Esta, se enviada algum dia, nunca foi registrada no protocolo da presidência da Casa. O deputado deixou o cargo menos de um mês depois de enviar o ofício ao Banco Central e foi sucedido pelo tucano Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais, hoje candidato ao Senado”.

“Passados nove anos, o hoje candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff garante que nunca mais teve qualquer informação sobre o assunto, nem do Banco Central nem de autoridade federal alguma. Nem ele nem ninguém. Graças à leniência do governo FHC e à então boa vontade da mídia, que não enxergou, como agora, nenhum indício de um grave atentado contra os direitos dos cidadãos, a história ficou reduzida a um escândalo de emissão de cheques sem fundos por parte de deputados federais”.

Temer decidiu chamar o Banco Central às falas no mesmo dia em que uma matéria da Folha de São Paulo informava que, graças ao passe livre do Decidir.com, era possível a qualquer um acessar não só os dados bancários de todos os brasileiros com conta corrente ativa, mas também o Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), a chamada “lista negra”do BC. Com base nessa facilidade, o jornal paulistano acessou os dados bancários de 692 autoridades brasileiras e se concentrou na existência de 18 deputados enrolados com cheques sem fundos, posteriormente constrangidos pela exposição pública de suas mazelas financeiras”.

“Entre esses parlamentares despontava o deputado Severino Cavalcanti, então do PPB (atual PP) de Pernambuco, que acabaria por se tornar presidente da Câmara dos Deputados, em 2005, com o apoio da oposição comandada pelo PSDB e pelo ex-PFL (atual DEM). Os congressistas expostos pela reportagem pertenciam a partidos diversos: um do PL, um do PPB, dois do PT, três do PFL, cinco do PSDB e seis do PMDB. Desses, apenas três permanecem com mandato na Câmara, Paulo Rocha (PT-PA), Gervásio Silva (DEM-SC) e Aníbal Gomes (PMDB-CE)”.

***

PS – A transcrição acaba aqui. Comprem a revista. O que há ainda para ler é sensacional. E a sócia de Verônica Serra na quebra do sigilo de 60 MILHÕES de pessoas, se chama também Verônica. É Dantas, lembra alguma coisa?

PS2 – Só que o sobrenome Dantas deixa bastante visível que se trata do cidadão que fez a frase eterna: “Só tenho medo da Polícia e da primeira instância. LÁ EM CIMA EU RESOLVO”.

PS3 – Para que as duas Verônicas, filhas de pais ilustres, precisariam do SIGILO BANCÁRIO de 60 milhões de brasileiros?

PS4 – Estranhíssimo: na época, apesar do envolvimento do poderoso Michel Temer, não houve a menor repercussão. E por que Michel Temer, tão silencioso em 2001, 9 anos depois GANHAVA A SORTE GRANDE DA VICE DE UMA CANDIDATA JÁ VITORIOSA?

PS5 – E por que as duas Verônicas, BRASILEIRAS, sócias em uma empresa BRASILEIRA, que violaram e violentaram o sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros, precisavam de uma filial nos Estados Unidos.

PS6 – Nenhum mistério, apenas CONTRADIÇÃO em relação à personagem de 2001 que volta em 2010. O pai agora é candidato, Em 2001, se preparava para ser. Mas nenhum propósito eleitoral, apenas FISCAL nas duas vezes.

Helio Fernandes |Tribuna da Imprensa

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