Em 2005, nas pegadas do escândalo do mensalão, Jorge Bornhausen, hoje presidente de honra do DEM, previra um futuro sinistro para o PT.
Na noite desta segunda (13), num comício realizado em Santa Catarina, Estado de Bornhausen, Lula disse coisa semelhante sobre o DEM:
Nós precisamos extirpar o DEM da política brasileira.
Ao lado de Dilma Rousseff e de Ideli Salvati, candidatas do PT à Presidência e ao governo catarinense, Lula nominou o inimigo:
Não quero crer que esse povo extraordinário de Santa Catarina vá pensar em colocar no governo alguém de um partido que alimenta ódio...
...Alguém de um partido que entrou na Justiça para acabar com Prouni, como o DEM entrou...
...Nós já aprendemos demais, já sa sabemos quem são os Bornhausen. Eles não podem vir disfarçados carneiros. Já conhecemos as histórias deles.
Ao referir-se à família no plural, Lula incluiu, além do patriarca, o filho dele, deputado Paulo Bornhausen, filho de Jorge e líder do DEM na Câmara.
Em Santa Catarina, o DEM concorre ao governo com o senador Raimundo Colombo, segundo colocado nas pesquisas, atrás de Angela Amin (PP) e à frente de Ideli.
No plano nacional, o partido de Bornhausen é o principal aliado do tucano José Serra.
Lula escalou o palanque em Joinville. A certa altura, lembrou que já estivera na cidade para pedir votos para Luiz Henrique (PMDB).
Fechado com Serra e Colombo, Luiz Henrique disputa o Senado, depois de presidir o Estado coligado a tucanos e demos.
Fico preocupado porque, quando eu ainda nem conhecia Joinville, vim aqui apoiar Luiz Henrique...
...Quando ele foi eleito governador, pensava que era para mudar o Estado. E ele trouxe de volta o DEM, que nós prescisamos extirpar da política brasileira.
Ao pedir votos para Ideli, Lula disse que a petista enfrenta a direita raivosa, a direita com ódio. Súbito, recuou no tempo.
É a mesma direita que articulou e levou o Getulio Vargas a dar um tiro no coração, a mesma direita que levou o João Goulart a renunciar...
É a mesma direita que disse que Juscelino Kubitschek não podia ganhar, se ganhasse não tomava posse e se tomasse posse não ia governar...
...Essa mesma direita tentou fazer o mesmo comigo em 2005. E não fez porque eu tinha ingrediente a mais.
Nesse ponto, Lula dirigiu-se à platéia: Eu tinha vocês. Eles nunca tinham lidado com um presidente que tinha nascido no berço da classe oporária desse país.
Quando eles queriam que eu ficasse em Brasília ouvindo o discurso deles, eu disse pra Dilma: fique em Brasília que eu vou pras ruas enfrentá-los.
Lula ergueu o tom de voz. E voltou-se novamente para o presente: Vou pras ruas enfrentá-los e derrotá-los, como estamos fazendo agora nesse momento.