Por: Carlos Chagas
BRASÍLIA - Números do próprio governo revelam ter sido liberado até agora, de diversas formas, 380 bilhões de reais ditos para socorrer a economia em crise. A maior parte para bancos, financeiras e empresas em situação pré-falimentar, por culpa própria. No mundo inteiro, admitem-se três trilhões. No caso, de dólares.
Mesmo assim, lá e cá, começaram as demissões, eufemisticamente chamadas de extinção de postos de trabalho. Depois delas virão a fome, a indignação e a explosão. Conclui-se haver chegado o limite dos tempos em que a conta permanece sendo enviada para os mesmos de sempre, os assalariados. Para eles, não há socorro. Nem o governo da China, dita comunista, interessa-se pelos seus trabalhadores, aliás, carentes de quaisquer direitos trabalhistas.
Nessa dicotomia situa-se o embrião da próxima crise, muito mais grave do que a atual. Quando multidões saírem às ruas protestando, farão o que os governos hoje empenhados em acudir empresas, mas incapazes de exigir a contrapartida da preservação dos empregos? Contar com a polícia torna-se cada vez mais precário, ela também se inclui no rol dos sacrificados. Apelar para as Forças Armadas será duvidoso, da mesma forma. De onde provêm os soldados, senão da mesma indignação?
Dinheiro está fluindo para evitar a débâcle do mercado, ainda que, por ironia, dinheiro público. Por que não serviriam esses recursos para atender as necessidades do cidadão comum, vítima prioritária da crise gerada acima e além de suas obrigações? Dirão os pessimistas serem todos os governos produto das elites, mesmo quando não sabem disso.
Trabalham para elas. Já os otimistas concluirão constituir mera questão de tempo até que os governos mudem de lado. Será questão de sobrevivência, para eles. Alguns poderão acoplar-se às anteriores e falsas promessas utilizadas para chegar ao poder. Outros simplesmente reconhecerão o fato consumado. Ou serão postos para fora.
Grandes e cruéis mudanças vêm por aí, resultado da estratégia mundial de combate à crise econômica. Seria bom começar a reler Karl Marx, por mais anacrônico que pareça.
Reviravolta
A preservação das prerrogativas do juiz Fausto de Sanctis faz tremer a barraca de Daniel Dantas. Ainda mais diante da disposição do ministro Tarso Genro de levar adiante as investigações contra o banqueiro. Coincidência ou não, no mesmo dia em que o Tribunal Regional Federal de São Paulo decidiu manter o magistrado em suas funções, surgiu a informação de que 18 milhões de reais foram utilizados pelo Banco Opportunity para comprar políticos, juízes e jornalistas. Seria bom se as investigações prosseguissem para conhecermos suas identidades.
A pergunta que se faz em Brasília é se o Supremo Tribunal Federal concederá um terceiro habeas corpus a Daniel Dantas, caso sua prisão temporária ou preventiva venha a ser determinada outra vez, agora sob maiores denúncias. Convém aguardar.
A veradeira contaminação
Estranhamente de Buenos Aires, onde se encontrava, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, meteu sua colher de pau na panela do ministro da Justiça, Tarso Genro. Declarou que o inquérito sobre Daniel Dantas está contaminado porque a Abin não tem competência constitucional para realizar investigações criminais, prerrogativa das polícias.
Parece óbvio que o antigo encarregado do inquérito, o delegado Protógenes Queirós, exorbitou ao convocar mais de oitenta agentes da Abin para ajudá-lo nas investigações. Agora, por isso considerar o inquérito contaminado, quer dizer, nulo, a distância surge imensa.
É bobagem discutir Direito Constitucional com um de seus grandes mestres e até co-autor da carta de 88, mas seria bom o Brasil parar de dar vexames, pelo menos os mais ostensivos. Porque não dá para entender a existência de uma Agência Brasileira de Inteligência proibida de investigar, tanto faz se política ou criminalmente.
Para saber se há uma conspiração no ar, a Abin serve agora, deve cessar a produção de informações quando chegar aos conspiradores? Conspirar é crime, e se a Abin deve cruzar os braços por estar impedida de investigar crimes, como ficamos?
Imagine-se a CIA proibida de ir atrás de alguém capaz de atentar contra o presidente Barack Obama...
Outra vez
As contas de um terço não bastam mais. É preciso um rosário para calcular quantas vezes o presidente Lula desceu o porrete na imprensa, algumas vezes com razão, mas, na maioria delas, desprovido de argumentação racional. A última exibição foi em São Paulo, segunda-feira, caso ele não tenha escorregado ontem e anteontem.
Disse o nosso companheiro que a televisão contribui para a degradação da estrutura das famílias. Com todo o respeito, não é a televisão conquista incomparável da ciência do século passado, responsável por invulgar aprimoramento da cultura e da civilização. Acerta Lula, porém, no alvo principal: as famílias encontram-se em processo de degradação. Só que não é por culpa da televisão, mas de certas redes cujas principais são... (cala-te boca!).
As redes que se dedicam a apresentar programações deletérias é que deveriam receber os petardos do presidente da República. Falta o que para denunciá-las? Coragem? Meios? Em vez de generalizar, Lula deveria determinar aos ministérios e empresas estatais que parassem de dar dinheiro de publicidade oficial a quantos degradam a família.
Mas teria muito mais a fazer: que tal enviar projeto de lei ao Congresso regulamentando o artigo 220 da Constituição e estabelecendo mecanismos para defender a família e o cidadão dos excessos da programação? Nada de censura, como alguns patetas postados a seu lado de vez em quando defendem, mas altas multas, suspensão e até cassação de concessões, nos casos de reincidência.
Valores éticos e morais então blindariam as famílias, sem que uma só reprimenda emergisse do meio social, ao contrário do que acontece quando S. Exa. investe contra monitores, antenas, satélites e toda a formidável parafernália eletrônica a nosso serviço.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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