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segunda-feira, novembro 24, 2008

Apoio a Nilo é um risco para Jaques Wagner

Tribuna da Bahia Notícias-----------------------
A eleição do futuro presidente da Assembléia Legis-lativa ainda se arrasta em clima de definição de nomes, mas já apresenta um dado preocupante para a bancada governista e de uma forma especial para o governador Jaques Wagner. Candidato à reeleição, o tucano Marcelo Nilo revelou-se um homem de memória fraca ou que dá pouca importância ao que assina. No calor da disputa passada, ele se comprometeu a não se candidatar à reeleição e até assinou um documento neste sentido (revelado com exclusividade pelo Jornal da Metrópole), mas o apego ao poder o fez esquecer o compromisso assumido. Ressabiado pela recente disputa em Salvador, onde poderia ter agido com mais cautela e capitalizado a vitória do até então aliado João Hen-rique, o governador Jaques Wagner não deve cometer o mesmo erro agora. Pelo menos, tem tudo para evitar e se errar é porque gosta de viver perigosamente e de se submeter ao risco de desnecessários embates e possíveis derrotas. Em seu bolso deve haver um caderninho com a relação dos deputados de sua base aliada. Se não tem a relação, nos até podemos ajudar, ainda que sempre passível de atualização ou revisão: PT - Bira Coroa, Fátima Nunes, Isaac Cunha, J. Carlos, Neusa Cadore, Paulo Rangel, Waldenor Pereira, Yulo Oiticica, Zé das Virgens e Zé Neto. PTB - Paulo Câmera. PP - Aderbal Caldas, Luiz Argolo, Luiz Augusto, Eliana Boaventura e Ronaldo Carletto. PRP - Adolfo Menezes e Antônia Pedrosa. PSL - Nelson Leal e Reinaldo Braga. PMDB - Arthur Maia, Fábio Santana, Ferreira Ottomar, Joélcio Martins, Leur Lomanto Júnior, Luciano Simões, Maria Luiza Barradas, Marizete Pereira e Virgínia Hagge. PT do B - Maria Luiza Láudano. PC do B - Álvaro Gomes, Edson Pimenta e Javier Alfaya. PSC - Ângela Sousa e Carlos Ubaldino. PR - Pedro Alcântara e Gilberto Brito. PSB - Capitão Tadeu. PMN - Getúlio Ubiratan. PSDB - Emério Resedá, Sérgio Passos e o próprio Marcelo Nilo. PRTB - Fernando Torres e Jurandy Oliveira. Sem partido - João Bonfim Com tantos nomes para escolher, por que insistir e apoiar exatamente um que já nasce marcado pela celeuma de haver assumido o compromisso de não se candidatar à reeleição e agora renega o que disse antes? Disse só, não; assumiu o compromisso em documento público, onde colocou sua assinatura. Muitos haverão de argüir que o deputado Marcelo Nilo é um daqueles aliados em que o governador pode realmente confiar. Ele conseguiu dar ao Poder Legislativo que dirige uma condição de extensão do Executivo, a ponto de parecerer uma Casa só. "Méritos" para Nilo, ainda que isso não deva ser exatamente o que se espera de dois dos mais importantes Poderes do Estado nem venha engrandecer muito a sua biografia. Politicamente, talvez possa até lhe valer o atendimento de alguns pleitos, mas para a independência que deve reinar entre os poderes acaba maculando a história da política no Estado. Ao menos, a história recente que o governador Jaques Wagner tenta escrever na Bahia com todo zelo, como mostra, aliás, o recente encontro com prefeitos eleitos de todos os partidos e colorações políticas, realizado em Salvador. Um exemplo de postura republicana reconhecido e aplaudido pela Bahia. Outros haverão de dizer que a lealdade de Nilo é tamanha que, em retribuição, o governador fez questão de lhe conceder, com sua ausência e no impedimento do vice fazê-lo, a honra de assumir o governo do Estado, onde retribuiu a confiança que lhe foi depositada, assinando em cruz tudo que lhe foi enviado. Com tantas virtudes, compreende-se porque deva ter o deputado Marcelo Nilo se julgado o preferido da base governista para renovar o mandato de presidente da Casa, mas o próprio governador Jaques Wagner deve estar atento para o risco que isso representa. Apoiá-lo incondicionalmente seria desconsiderar a lealdade, a competência e a capacidade de vários outros companheiros, do próprio PT ou da base aliada, de gerir o egrégio Poder Legislativo. Isso, fora o risco de, em futuro não tão distante, ele resolver mudar de posição, por conta de 2010, quando o também tucano como ele, José Serra, deve aparecer como grande adversário de Lula e de seu ou de sua candidata à Presidência da República. E ai? O aliado de hoje, que assina em cruz e não dá muito valor ao que escreve e onde apõe sua assinatura, pode muito bem esquecer os compromissos de agora, a lealdade ou quase subserviência, e tornar-se um rebelde presidente da AL. Enfim, o governador tem tempo e sabedoria de sobra para não se deixar cair em mais uma armadilha. Se cair, é porque quer e não pode se queixar de que não foi, em tempo hábil, avisado. (Por Paulo Roberto Sampaio-Diretor de Redação)
Ele era contra segundo mandato
Em 29 de janeiro de 2007,o atual presidente da Assembléia Legislativa, deputado Marcelo Nilo (PSDB) assinara um documento se comprometendo em não disputar a reeleição. Com isso, obteve o apoio do governador Jaques Wagner,que queria contemplar o tucanato com um cargo de relevo, mesmo fora dos muros do Palácio de Ondina, e do PMDB que, à época, decidiu por não ter candidatura própria ao cargo até mesmo para agradar o governo. As relações entre PMDB e PT eram escancaradamente harmoniosas. Com esses apoios de peso, convencer os outros líderes partidários foi só uma questão de diálogo. Mas como seguro morreu de velho, Nilo foi convocado (e aceitou) a colocar no papel a sua decisão de permanecer apenas dois anos à frente da legislativa estadual. Documento obtido pelo Jornal da Metrópole, exige o item quarto onde, textualmente, está escrito o seguinte: “Considerando salutar para a vida parlamentar a rotatividade de seus dirigentes, informamos que não será candidato à reeleição,e a escolha do próximo candidato a presidente passará pelo crivo da base de sustentação do governo, conforme pontos de vista esboçados pelo atual governador”. Nilo acha que tem a maioria e, sendo assim, seria candidato natural a recondução da presidência da AL.(Por Paulo Roberto Sampaio-Diretor de Redação)
Governador pode reavaliar apoio
Ao desembarcar da Suécia na última quarta-feira, o governador Jaques Wagner admitiu reavaliar o apoio à recondução do deputado Marcelo Nilo à presidência da Assembléia Legislativa. E reconheceu que pode trabalhar com dois nomes para o cargo – o outro seria o do PMDB – Arthur Maia ou Luciano Simões. O governador prefere um nome de consenso até para evitar os constantes desgastes que tem tido com aliados, mas o líder governista na AL, deputado Waldenor Pereira disse que há tempo ainda de se estabelecer o diálogo,sem que haja prejuízos políticos para nenhuma das duas siglas- PMDB e PT. Por seu turno, a minoria também costura um acordo para entrar no páreo com candidatura própria.Segundo o deputado João Carlos Bacelar, o bloco busca viabilizar um nome. Caso não consiga, pode apoiar a reeleição de Nilo. Já o líder governista diz estar aberto ao entendimento.Maior partido da Casa com 10 deputados, o PT já declarou favorável à recondução de Nilo à presidência da AL.” Nós do governo ainda não fechamos posição e qualquer deputado da base que queira tentar se candidatar será bem-vindo”, assegura Waldenor, para acrescentar: “Até fevereiro (quando ocorre a eleição) vamos procurar o diálogo para a unificação em torno de apenas um nome.(Por Paulo Roberto Sampaio-Diretor de Redação)
Wagner-Geddel é da nova realidade política
As pessoas se mostram um tanto assombradas com os sucessivos fatos da política baiana, objeto praticamente a cada semana de extasiados comentários que, se não processados com cautela, podem dar a impressão que estamos na iminência de uma ruptura, seja lá para que lado for. Mas, no fundo, tudo não passa de um reaprendizado do exercício dessa arte essencial à vida humana, em que têm peso importante a interpretação da realidade, as propostas para a sociedade e, sobretudo, a capacidade de agregação de forças a partir da convivência elementar. O sempre citado Otávio Mangabeira, que no dizer de um popular governou a Bahia “com delicadeza”, de 1947 a 1951, tem uma frase pouco difundida: “A Bahia é o Brasil levado às últimas conseqüências”. Talvez por isso a ditadura militar tenha se estendido no Estado pelo dobro dos 21 anos que realmente durou, de 1964 a 1985. Vindo até nossos dias, o carlismo original colocou antolhos na atividade política, ou algemas, ou camisa-de-força, ou qualquer outro instrumento que signifique controle e restrição com todos os malefícios que disso podem decorrer. Por um lado subjugando os seus, deserdando e perseguindo sumariamente, por todos os métodos, os que ousavam dissentir, o falecido senador Antonio Carlos Magalhães pautou também a conduta dos adversários, aos quais restou unir suas fraquezas à espera de um dia, que de fato chegou, em que cresceriam e venceriam a fera. É certo que a história propiciou uma prévia com a eleição do governador Waldir Pires em 1986, que afinal se revelou um espasmo da democracia. Vinte anos depois, a vitória de Jaques Wagner deu feição definitiva à nova era, definitivamente consagrada com o posterior passamento de ACM.A política baiana, já bem entrada no século XXI, não comporta mais o coronelismo. O “manda quem pode” que por tantos anos emasculou consciências na elite e aterrorizou os despossuídos da vasta plebe está banido, supõe-se, da nossa convivência. Assim, saudemos o debate que se estabeleceu durante os últimos dias, em que um primor de artigo do ministro Geddel teve uma resposta sensata do governador quando voltou exterior.(por Luis Augusto Gomes)
Sucessor de Cássio Cunha responde a oito processos
O senador José Maranhão (PMDB), provável sucessor de Cássio Cunha Lima (PSDB) no governo da Paraíba, também responde a processos que podem levar à perda de seu cargo à frente do governo paraibano. São oito processos tramitando no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) -três deles, se considerados procedentes, podem levar à cassação de seu provável mandato como governador e à suspensão de seus direitos políticos. Os processos estão com a Procuradoria Geral Eleitoral. As ações acusam o peemedebista, que já foi governador da Paraíba (1995-2002), de abuso de poder político e econômico, compra de votos, conduta vedada e uso indevido de meios de comunicação. Uma das três ações contra Maranhão, referente à campanha de 2002 para o Senado, diz que houve “entrega de ambulâncias e doações com uso nitidamente eleitorais” e “desapropriação de hospital privado em troca de votos”. Sobre essa ação, Ricardo Porto, advogado de Maranhão, alega que ele já havia se afastado do governo para disputar as eleições ao Senado e não tinha mais acesso à administração do Estado da Paraíba. As outras duas ações que podem levar perda do mandato são referentes às eleições de 2006. Uma delas aponta Maranhão como beneficiado de suposta troca de favores entre correligionários na campanha em Campina Grande (PB). A outra ação trata da distribuição de cerca de 50 mil camisetas para supostamente angariar votos para campanha. “São processos que foram criados no período eleitoral para projetar factóide na imprensa. A maioria dos processos foi criada por um partido que depois os abandonou. Não há nenhuma prova da participação de Maranhão nesses casos”, disse Porto. De acordo com o advogado, os processos foram arquivados no TRE e subiram ao TSE por meio de agravos. O senador José Maranhão diz aguardar a publicação do acórdão da decisão do TSE para renunciar ao cargo de senador.
Fonte: Tribuna da Bahia

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