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sexta-feira, dezembro 07, 2007

Puxão de orelha constrange PMDB

Kayo Iglesias

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio, desembargador Roberto Wider, alertou ontem representantes de 23 partidos para que eles não se escorem na decisão do TSE que permitiu, em 2006, a candidatura de cinco políticos acusados de participar da máfia dos sanguessugas. Wider determinou aos juízes eleitorais que rejeitem registros de candidatos que não têm "vida pregressa compatível com os princípios constitucionais da moralidade".
- Dois ministros do STF entenderam que nossa tese é uma tese relevante. Se os senhores contarem com isso apenas como um trunfo para não darem bola para essa questão, pode ser uma furada - disparou, convicto de uma futura mudança de opinião do tribunal superior.
Apesar da ameaça, Wider afirmou que "cada caso será cada caso" e argumentou que quer manter o tom de diálogo e "saudável integração" com os partidos. O secretário-geral do PMDB, Carlos Alberto Muniz, mostrou-se insatisfeito com o resultado da reunião. Para ele, a legenda que hoje controla 43 das 92 prefeituras do Estado pode sair prejudicada no mapa político de 2008.
- Senti um certo constrangimento nessa reunião. Hoje há uma campanha na opinião pública de desmoralização da vida política no país. Ser político é ser oportunista. O Ministério Público abre processos porque ele quer uma boa verificação, mas o fato de o cidadão responder a um processo não quer dizer que o cidadão é culpado daquilo que o estão acusando - discursou, apelando por "regras mais claras" nos critérios de rejeição dos registros.
Muniz aludiu ao caso do presidente do partido, o ex-governador Anthony Garotinho, que enfrentou problemas em 2004, quando era secretário de Governo, por ser pego com R$ 318 mil em notas de R$ 50 no diretório de Campos sem explicar a origem e o destino do dinheiro. E também citou a Operação Cartas Marcadas, que prendeu no mês passado secretários municipais de Angra, município controlado pelo PMDB.
- A Justiça já soltou todo mundo - alegou.
O presidente do PT, Alberto Cantalice, um dos poucos líderes de diretório regional a comparecer, também admite a saia justa.
- É um indício de puxão de orelha, mas cabe aos partidos cumprir a regra, não deixar que se apresentem como candidatos pessoas que tenham um histórico de problemas com a Justiça - assumiu.
Fonte: JB Online

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