BRASÍLIA - Os partidos de oposição já avaliam que a ofensiva do governo para aprovar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) no Senado começou a fazer baixas importantes entre os adversários da proposta.
Líderes de oposição admitem que não contabilizam mais o voto do senador Pedro Simon (PMDB-RS) como contrário à proposta, entendendo que ele deve acabar seguindo a orientação do PMDB de apoiar a prorrogação da CPMF, principalmente por conta das negociações feitas pelo governo federal para socorrer financeiramente o Rio Grande do Sul.
Com baixas na oposição, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), já não pretende votar a emenda que prorroga o imposto do cheque na próxima semana. "Sinto que meu adversário quer esta data. Quero meditar para não ser ingênuo", disse. Segundo Virgílio, sete senadores que já se manifestaram contra a CPMF não são votos confiáveis. "Não tenho dúvida de que há cooptação".
Na sessão do Senado, Simon foi provocado pelo líder do PSDB a se pronunciar sobre o assunto. O senador gaúcho fez uma longa explanação sobre a crise financeira gaúcha e sobre o abandono em que os governos federais têm sistematicamente deixado ao estado.
Disse que o presidente Lula poderá se tornar quase um herói para os gaúchos se socorrer o estado. Mas não disse, em nenhum momento, que votará contra a CPMF como deseja a oposição. No máximo, garantiu que não foi proposta a bancada dos senadores gaúchos nenhum "troca-troca", incluindo a ajuda ao Rio Grande do Sul pelo voto favorável à CPMF.
"Olha, vou dizer a Vossa Excelência, vamos fazer justiça, o senador Paim, o senador Zambiasi e eu temos falado com o governo e em nenhum momento recebemos qualquer diálogo no troca-troca. A nós, ninguém falou, senador. Falamos com o ministro da Fazenda, com o ministro dos Transportes, em nenhum momento nos falaram em troca-troca. Duvido que alguém chegasse para mim dizendo: ajudo o Rio Grande para fazer o voto sair desse lado ou daquele lado. Agora, a nossa questão vai além da CPMF, não tem nada a ver com isso. A nossa questão é que o Rio Grande do Sul está num momento dramático, e ninguém está olhando para nós", afirmou Simon no plenário do Senado.
"Mandei dizer ao presidente Lula que ele pode virar herói no Rio Grande do Sul porque já passaram quinze presidentes da República, governadores, e estamos numa situação que ninguém olhou para nós. Se Vossa Excelência tiver a coragem de dizer ao Brasil que o Rio Grande do Sul está numa situação séria e grave e fizer o que temos direito, Vossa Excelência pode ser até herói no Rio Grande do Sul. Mas, lamentavelmente, ainda não temos resposta", acrescentou.
Para a oposição, entretanto, será muito desconfortável para Simon não acompanhar o voto pró-CPMF se o governo realmente acenar com uma ajuda consistente ao Rio Grande do Sul. Seria a repetição do caso de outro senador gaúcho, Sérgio Zambiasi (PTB-RS), que pretendia votar contra a CPMF, mas admite que sua prioridade é o Rio Grande do Sul.
"O governo tem uma causa que é a CPMF. A minha causa é a do Rio Grande. Não quero nomear ninguém. Minha discussão se dá em outro nível. Meu voto é diretamente vinculado ao meu estado", reconhece Zambiasi.
Entre os tucanos, o governo federal tem pedido aos governadores que pressionem seus aliados no Senado acenando com possíveis ajudas no futuro. O senador Arthur Virgílio criticou esse comportamento, dizendo que não pode aceitar eventuais retaliações aos estados governados pelo PSDB caso a CPMF seja derrubada.
E classificou esse comportamento como "chantagem". "Já ouvi de amigos muito queridos nesta Casa coisas do tipo: `Já imaginou, Arthur, se você votar contra? O Presidente Lula, com o peso popular que tem, vai à tribuna e diz que você é responsável por isso, por aquilo, por aquilo outro'. Como disse, é chantagem de novo. E o que é pior: não tenho medo algum. Vá à televisão na hora que quiser. Aliás, não sai da televisão. Pode ir na hora que quiser", atacou.
"O que acontecerá aos governadores do meu partido, que dirigem 51% do Produto Interno Bruto nacional? Digamos que eu esteja errado e que esteja certo o governo quando prenuncia uma catástrofe se não se aprova a CPMF. Evidentemente, que isso teria que ter conseqüências para todo o mundo, para o governador Marcelo Déda, por exemplo, meu querido amigo de Sergipe; e não só para o governador José Serra. Para o governador Wellington Dias, do Piauí; e não só para o governador Aécio Neves", reclamou, citando casos de governadores petistas.
"Porque chantagem é chantagem e quem faz chantagem é inquilino do Código Penal. Essa é a expressão que trago dentro de mim. Portanto, estão todos muito mal amparados, mas não consigo é trabalhar a idéia de que há pessoas querendo que eu me ajoelhe. Não é possível! Eu me ajoelho quando oro e só", disse.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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