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quinta-feira, dezembro 13, 2007

Animais na rua

Por: Carlos Chagas

BRASÍLIA - Falta confirmação para números precisos, mas tanto faz se serão libertados os criminosos sentenciados até seis ou até oito anos de detenção que tenham cumprido um terço de suas penas. O Ministério da Justiça esclarecerá nas próximas horas aquilo que surge como mais uma temeridade praticada pelo complacente governo Lula. Porque pelo menos 17 mil bandidos ganharão as ruas, em São Paulo, depois de dois anos e meio de pena cumprida. No Rio, serão 12 mil.
Por certo que muitos desses infelizes terão desistido de uma vez por todas do crime, mas quantos estarão dispostos a retomar a "carreira", até por falta de opções? O governo devolverá à sociedade muitos que não vão esperar quinze minutos para voltar a assaltar, roubar, iludir e quebrar a lei de mil outras formas.
Tanto faz a causa deste indulto de Natal superior em elasticidade aos anteriores. Pode ser por bondade, pode ser por reconhecimento de que as cadeias não suportam mais ninguém. A verdade, porém, é que o cidadão comum, aquele que paga impostos e vem até contribuindo com a CPMF, ficará um pouco mais exposto e muito mais preocupado quando sair à rua.
Mas tem mais. Também por conta do Natal pelo menos 50 mil presidiários ganharão, em São Paulo, o direito de ficar uns dias com a família. No Rio, 40 mil. A maioria, segundo as estatísticas, volta. Mas um razoável percentual, nem pensar. Pesquisas recentes mostram a falta de segurança pública como das maiores queixas da população. Vem o governo e contribui para aumentar o sofrimento alheio. Sem falar na inação do poder público em corrigir excessos da legislação penal, que favorece o bandido sem fazer caso da vítima.
Ainda esta semana, em Brasília, um casal de animais acaba de ser condenado a 60 anos de prisão por haver roubado, estuprado, assassinado e escondido o cadáver de uma menina, na casa da qual a dupla trabalhava, um como jardineiro, outra como doméstica.
O problema é que, estando detidos há quatro anos, logo os dois estarão se valendo da tal progressão da pena. Em pouco tempo ganharão a liberdade. Indaga-se: as condenações existem para reparar o passado ou para preservar o futuro? No caso do Brasil, nem para preservar nem para reparar...
Vai ao papa, depois ao cardeal
O presidente Lula estará hoje em Caracas, para mais uma rodada de conversações com o tonitruante Hugo Chávez. Na semana que vem, seguirá até La Paz, a fim de dialogar com Evo Morales. Nada demais no fato de o Brasil intensificar relações com seus vizinhos, em especial Venezuela e Bolívia.
O estranho na história é que a viagem à Bolívia estava prevista para ontem, mas foi adiada para a próxima semana. O presidente Lula discutiria com Evo Morales, como parece que ainda discutirá, as exigências bolivianas a respeito da exportação de gás.
O governo de La Paz engrossou, nacionalizou refinarias da Petrobras e ameaçou botar a estatal para fora de seu território se não recebesse vultosos investimentos. E ainda anunciou não garantir nem um galão de gás a mais do que nos manda, mesmo que a extração, comercialização e exportação do produto venha a se fazer com dinheiro brasileiro.
O presidente Lula estava disposto a esclarecer a situação com o presidente boliviano, dois a dois, olho no olho. Só que agora decidiu adotar outra estratégia. Vai primeiro a Hugo Chávez, na realidade quem manda em Evo Morales. Melhor procurar o papa e, depois, um cardeal...
Será recíproca veradeira?
Para ficarmos na política externa, vale uma historinha. O ex-embaixador do Brasil no Peru, Araújo Castro, tinha iniciado suas despedidas aos demais integrantes do corpo diplomático sediado em Lima. Agendou visita ao colega americano e, ao chegar à embaixada dos Estados Unidos, surpreendeu-se com as exigências da segurança. Seu carro tinha que ser vistoriado de alto a baixo, inclusive com aqueles tradicionais espelhos de ver o fundo.
Insurgiu-se, mandou o motorista dar marcha a ré e negou-se a permitir aquela revista. Vieram os responsáveis, dialogaram e ficou decidido que o carro do embaixador brasileiro não seria vistoriado. Mas, em compensação, não entraria nos jardins da embaixada americana. Araújo Castro teria que desembarcar e fazer o percurso a pé, sendo submetido à revista individual na porta principal, com aquelas diabólicas maquininhas de detectar celulares e maços de cigarro. Aceitou, para não criar um incidente diplomático.
A pergunta que a gente faz é se quando o embaixador dos Estados Unidos estiver de partida para Washington e for despedir-se do novo colega brasileiro, Jorge Taunay, a recíproca será verdadeira. Parece que sim.
Vitória do dr. Jatene
Já escrevemos que qualquer que venha a ser o desfecho da novela da CPMF, terão perdido todos, desde o presidente Lula ao PT, das oposições aos partidos da base oficial e até o contribuinte. Há uma exceção, porém: o dr. Adib Jatene surge como o grande vitorioso. Porque o governo prometeu, sem possibilidade de recuo, que todo o montante da arrecadação do imposto do cheque será, daqui por diante, aplicado na saúde pública. Nada de usar o dinheiro para pagar juros, cobrir rombos no INSS ou, mesmo, ampliar o bolsa-família. Era o que o ex-ministro da Saúde e inspirador da CPMF desejava e não conseguiu. Demitiu-se por isso.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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