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quinta-feira, junho 03, 2021

Oposição fecha acordo e Israel terá novo premier após 12 anos da Era de Netanyahu


Bennett é conservador, mas representa um passo à frente

Correio Braziliense
(Agência Estado)

Uma ampla coalizão de partidos trabalhou contra o relógio para fechar nesta quarta-feira, 2, último dia do prazo, uma aliança que encerra os 12 anos de governo do primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, em Israel. Líderes de direita, centro, esquerda e até políticos árabes concluíram as negociações dos últimos detalhes – principalmente cargos e o papel de cada um novo governo.

Segundo a coalizão, o próximo governo deverá ser comandado inicialmente pelo conservador Naftali Bennett, ex-ministro da Defesa e um antigo aliado de Netanyahu, que decidiu romper com o premiê e negociar com a oposição.

GOVERNO ROTATIVO – O grande articulador da aliança foi Yair Lapid, ex-apresentador de noticiários de TV e um desafeto de longa data do primeiro-ministro.

O acordo foi fechado para que Bennett e Lapid anunciassem um comando rotativo – dois anos para cada um à frente do governo. A alternância de cadeiras não é incomum na política israelense. Entre 1984 e 1988, o trabalhista Shimon Peres governou a primeira metade do mandato, e Yitzhak Shamir, do Likud, concluiu o governo.

A última vez que isso aconteceu foi em maio do ano passado, para resolver o impasse causado por três eleições inconclusivas – ninguém obteve maioria no Parlamento nas votações de abril e de setembro de 2019, e de março de 2020. Foi quando Netanyahu decidiu oferecer o rodízio ao líder da oposição, Benny Gantz, que aceitou.

SEM ORÇAMENTO – A aliança, no entanto, desandou. A falta de aprovação de um orçamento para 2021 fez o Parlamento ser dissolvido, em dezembro, e uma quarta eleição em dois anos foi convocada, com Gantz e outros líderes de oposições acusando Netanyahu de usar a manobra regimental para evitar entregar o cargo.

A oposição afirmava que Netanyahu está apegado ao poder por razões pessoais. Indiciado por corrupção, ele estaria buscando imunidade processual. O premiê nega. Na última eleição, em março, seu partido, o Likud, saiu das urnas outra vez como o mais votado, com cerca de um terço do eleitorado. Nas negociações, Netanyahu manteve a aliança com partidos religiosos, mas não conseguiu maioria para formar um governo.

A tarefa então passou para Lapid, o segundo mais votado, que articulou uma coalizão disforme, com partidos de todos os espectros políticos que têm apenas uma coisa em comum: a rejeição a Netanyahu.

DIVISÕES IDEOLÓGICAS – Para selar o acordo, os partidos precisaram deixar de lado divisões ideológicas e superar as pretensões ministeriais de todas as bancadas, especialmente às pastas de Defesa e Justiça. “Até a formação do governo, enfrentamos muitos obstáculos”, disse Lapid. “Foi nosso primeiro teste para ver se conseguimos encontrar compromissos inteligentes e alcançar nosso objetivo mais importante. Israel pode entrar em uma nova era.”

Lapid tem o apoio de 57 deputados de um total de 120. Para os quatro que faltam, ele buscou um acordo com os partidos árabes, que deveriam dar seu respaldo sem buscar postos ministeriais. Nesta terça-feira, Mansour Abbas, líder do partido Raam, participou de uma reunião com Lapid e Bennett, e saiu garantindo que “está na coalizão”.

Netanyahu tentou mais uma cartada e questionou a validade de uma aliança de oposição, alegando que Lapid não foi autorizado a ceder o cargo de primeiro-ministro a Bennett. O presidente de Israel, Reuven Rivlin, no entanto, rejeitou a reclamação. Agora, só falta o Parlamento de reunir para aprovar o novo governo e evitar outra eleição. (Com agências internacionais)

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Bennett, de 49 anos, é um rico empresário de direita, ultraliberal na economia e que defende uma linha dura contra o Irã e sempre foi favorável à anexação de áreas palestinas da Cisjordânia. Paradoxalmente, junto com Lapid, pode vir a facilitar um acordo de paz com as lideranças árabes. É um fio de esperança naquela região sagrada para quatro religiões e que vivem em guerra permanente. (C.N.)

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