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quarta-feira, junho 30, 2021

‘Não vai ser com mentiras ou com CPI integrada por sete bandidos que vão nos tirar daqui’


O presidente Jair Bolsonaro participa de evento em Ponta Porã (MS) Foto: Reprodução/TV Brasil

Bolsonaro desabafa ao fazer discurso em Ponta Porã (MS)

Daniel Gullino
O Globo

Acuado por investigações da CPI da Covid, o presidente Jair Bolsonaro subiu o tom nesta quarta-feira contra membros da comissão. Bolsonaro afirmou que a CPI é formada por “sete bandidos”, em referência à ala majoritária da comissão, e disse que não será retirado do cargo por “mentiras”.

— Não conseguem nos atingir. Não vai ser com mentiras ou com CPI integrada por sete bandidos que vão nos tirar daqui — disse o presidente, durante evento em Ponta Porã (MS) de inauguração de uma estação radar da Força Aérea Brasileira (FAB).

PAZ E TRANQUILIDADE – No evento desta quarta, que contou com a participação do comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior, Bolsonaro disse tem “paz e tranquilidade” por ter Forças Armadas “comprometidas com a democracia”:

— Só tenho paz e tranquilidade por sei que, além do povo, eu tenho as Forças Armadas comprometidas com a democracia e com a nossa liberdade.

O presidente também disse o Legislativo tem dado um “grande apoio” ao governo federal:

— Pode ter certeza que temos uma missão pela frente e vamos cumpri-la da melhor maneira possível tendo, além do Poder Executivo, obviamente, os nossos amigos do poder Legislativo, que têm nos dado um grande apoio em todas as propostas que temos apresentado para o bem do nosso Brasil.

AZIZ REBATE – O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), rebateu Bolsonaro na sessão desta quarta-feira: “Presidente, pare de olhar no espelho e falar com ele. Quando fala para o espelho, dá nisso”.

Nos últimos dias, a CPI tem focado em apurar a compra de vacinas. Nesta quarta-feira, a CPI da Covid aprovou a convocação do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros. A aquisição da vacina Covaxin é investigada pelo Ministério Público Federal (MPF), que viu indícios de crime. Na terça-feira, o Ministério da Saúde suspendeu o contrato, atendendo a recomendação da Controladoria-Geral da União (CGU).

A dose do imunizante negociada pelo governo foi a mais cara entre todas as que foram contratadas pelo Ministério da Saúde, e o processo de aquisição foi o mais célere de todos. O valor total do contrato é de R$ 1,6 bilhão. O montante foi empenhado, isto é, reservado pela Saúde, mas ainda não foi pago.

Nesta quarta-feira, foi publicada a exoneração de Roberto Ferreira Dias do cargo de diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde. A medida foi tomada após as denúncias de que Dias teria pressionado pela aprovação célere da Covaxin. O ex-diretor também foi acusado por um empresário de ter pedido propina para facilitar contratos de vacina com o ministério, segundo o jornal “Folha de S. Paulo”.


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