Publicado em 30 de junho de 2021 por Tribuna da Internet
Deu na IstoÉ
Agência Estado
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quarta-feira, 30, ter tomado conhecimento do caso pela imprensa da nova denúncia, publicada ontem pela Folha de S.Paulo, do pagamento de propina à Davati Medical Supply pela assinatura do contrato para a compra de um lote de vacinas Astrazeneca.
Mourão defendeu a punição dos responsáveis, caso haja comprovação dos ilícitos em denúncias de superfaturamento e pagamento de propina para a compra de vacinas contra covid-19. “Se for constatada alguma irregularidade, que se tome providências de acordo com a lei”.
RECEBE DENÚNCIAS – O vice-presidente afirmou que recebe relatos de irregularidades corriqueiramente e que a medida adequada diante de tal situação é encaminhar as denúncias ao ministério responsável.
Mourão disse também que as acusações de corrupção que se acumulam e fragilizam politicamente o governo de Jair Bolsonaro não colocam em xeque o discurso anticorrupção do presidente da República.
“O presidente não tem condições de controlar tudo que acontece dentro do governo. Compete a cada ministro cuidar de seu feudo”, minimizou Mourão, em linha com o discurso adotado por Bolsonaro na segunda-feira (28).
SEM IMPEACHMENT – Sobre a decisão dos partidos de oposição e movimentos sociais, que apresentaram nesta quarta-feira um “superpedido” de impeachment contra Bolsonaro, com demandas já protocoladas na Câmara e a inclusão de acusações de crime de responsabilidade pelo caso de suposto superfaturamento de contratos pedidos de propina para aquisição da vacinas, Mourão assinalou que não há espaço para o impeachment do presidente Jair Bolsonaro prosperar.
“Estamos a um ano e pouco das eleições. Vamos deixar o processo seguir e chegar lá em outubro do ano que vem para ver o que acontece”, disse à imprensa.
AFASTAMENTO DO LÍDER – Mourão também se opôs ao afastamento de Ricardo Barros (PP-PR) da liderança do governo na Câmara devido às acusações do deputado federal Luis Miranda de superfaturamento nas compras da Covaxin. Miranda alega ter ouvido de Bolsonaro que Barros era o responsável pelas tratativas junto à empresa fornecedora.
“Tem que ver se realmente ocorreu o que foi dito pelo denunciante (Luis Miranda) na CPI”, disse, acrescentando que Barros já foi convocado pela CPI.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Fica cada vez mais patente a diferença entre Bolsonaro e Mourão. Enquanto o presidente usa a máquina pública para blindar políticos corruptos, o vice-presidente acha normal que sejam investigados e punidos. Tenho convicção de que Mourão seria um presidente muito melhor do que Bolsonaro. (C.N.)