Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

domingo, junho 27, 2021

Projeto de reforma tributária de Guedes foi logo derrubando a Bolsa de Valores

Publicado em 27 de junho de 2021 por Tribuna da Internet

Para variar, projeto é muito confuso e está gerando reação

Rosana Hessel
Correio Braziliense

A entrega do projeto de lei que amplia de R$ 1,9 mil para R$ 2,5 mil a faixa de isenção do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), nesta sexta-feira (25/06), foi marcada por confusão de números que ajudou a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) cair 0,5% logo após o início da divulgação da proposta e continuou caindo mais de 1,2% logo em seguida e, por volta das 16h05, desabava 2,18%, fechando negativo em 1,97%..

Após encontro com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o ministro da Economia, Paulo Guedes, falou que a base de beneficiados pela isenção seria ampliada de 8 milhões para 16 milhões.

DESCULPE, FOI ENGANO – Mas, durante a videoconferência com jornalistas, o secretário especial da Receita, José Barroso Tostes Neto, corrigiu o dado citado por Guedes mais cedo, afirmando que o número estava desatualizado, porque se tratava da base do ano anterior. Neste ano, o número correto de isentos, segundo ele, é de 10,7 milhões e, em 2022, passará para 16,3 milhões, “o que representará um aumento de 5,6 milhões de isentos”.

Mas a confusão dos números não parou por aí. Apesar de Tostes garantir “impacto nulo” na carga tributária, até agora, os técnicos da pasta não apresentaram números que comprovem essa teoria, o que foi prometido pela pasta, mas ainda não foi apresentado.

A proposta da segunda etapa da reforma tributária do Executivo prevê que o desconto de 20% para a declaração no modelo simplificado será restrito a quem recebe até R$ 40 mil por ano, e permite atualização do valor dos imóveis declarados à Receita Federal, mediante ao pagamento de uma alíquota de 5%.

TUDO MUITO CONFUSO – Hoje, na declaração, são mantidos os valores da aquisição e, no caso da venda, o imposto a pagar sobre o ganho de capital varia de 15% a 22,5%. Esse tributo é mantido, mas, com a atualização, Tostes Neto explicou que o valor do imposto devido poderá ser menor, porque incidirá sobre a atualização e o preço de venda. “Se não houver diferença, o imposto é zerado”, afirmou o secretário.

A nova proposta ainda institui a cobrança de Imposto de Renda para lucros e dividendos distribuídos aos acionistas com alíquota de 20%. De acordo com o chefe do Centro de Estudos Tributários da Receita, Claudemir Malaquias, a receita com esse novo tributo será de R$ 18,5 bilhões, em 2022; de R$ 54,9 bilhões, em 2023; e de R$ 58,16 bilhões em 2024.

FUNDOS TRIBUTADOS – O projeto também altera a tributação dos Fundos de Investimento Imobiliário (FIIS) e mantém a isenção do IRPF para a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e para a Letra de Crédito Agrícola (LCA).

Técnicos da pasta negaram pressões da bancada ruralista e justificaram a medida como resultado de uma “análise de cenário e da pandemia”. Já os fundos atrelados a esses papeis, serão tributados normalmente pelas novas regras de equalização dos impostos sobre esse tipo de investimento.  Todos os investimentos ligados à Bolsa e fundos de investimentos serão tributados em 15%, independente do prazo de aplicação, de acordo com Tostes.

Ao justificar a falta de uma nova faixa para o imposto de renda para quem ganha mais, Tostes citou a tributação sobre fundos exclusivos prevista no projeto, uma vez que essas aplicações não pagavam tributos e, geralmente, são compostos ou geridos por donos de grandes fortunas.

IR DAS EMPRESAS – O projeto de lei também prevê redução do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), passando dos atuais 15% para 12,5%, em 2022, e para 10%, em 2023.  Com a redução dessas alíquotas,

Malaquias prevê perdas para o Fisco de R$ 18,52 bilhões em 2022; de R$ 39,2 bilhões, em 2023; e de R$ 41,53 bilhões em 2024. O técnico contou ainda que, com a atualização da tabela do IRPF, segundo Malaquias, as perdas para o Fisco serão de R$ 13,5 bilhões em 2022, de R$ 14,46 bilhões, em 2023; e de R$ 15,44 bilhões, em 2024.

 

 

Em destaque

Mais um revés para o grupo de Deri do Paloma: Justiça reitera derrota e confirma legalidade da vitória de Tista de Deda

Mais um revés para o grupo de Deri do Paloma: Justiça reitera derrota e confirma legalidade da vitória de Tista de Deda. No dia 13 de novemb...

Mais visitadas