Publicado em 26 de junho de 2021 por Tribuna da Internet
Jussara Soares
Após horas de depoimento do deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor de carreira Luís Ricardo Miranda, lotado no Departamento de Logística do Ministério da Saúde, o parlamentar afirmou que o presidente Jair Bolsonaro citou o nome de Barros ao ouvir deles as suspeitas de irregularidades na aquisição do imunizante indiano.
SUBSTITUIÇÃO – Nos bastidores, auxiliares da Presidência admitem que o caso pressiona Barros e o próprio governo, mas que ainda não está sendo cogitada a substituição do líder na Câmara. Alegam que, apesar da citação do nome de Barros, não há provas concretas da participação dele na negociação supostamente irregular.
Um integrante do Planalto compara a situação de Barros com a do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), indiciado sob acusação de propina de R$ 10 milhões de empreiteiras quando foi ministro da Integração Nacional no governo Dilma Rousseff (PT). Bezerra nega as acusações e segue na função.
BARROS NO TWITTER – O líder do governo na Câmara, após ser citado na CPI, foi ao Twitter dizer que não participação de nenhuma negociação envolvendo a Covaxin. “Não sou esse parlamentar citado”, escreveu, acrescentando que está “disponível para quaisquer esclarecimentos.”
Barros integra o Progressistas, partido que escancarou as portas do governo para o Centrão. O presidente da sigla é o senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos principais aliados do presidente e integrante da tropa de choque no governo na CPI.
A legenda também abriga o deputado Arthur Lira (PP-AL) que chegou à Presidência da Câmara com apoio do Planalto.
Desde a denúncia, o governo optou pela estratégia de atacar a credibilidade de Luís Miranda que envolveu diretamente o presidente no caso ao dizer que, junto com o irmão, esteve no Palácio da Alvorada para relatar os indícios de corrupção.