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terça-feira, junho 29, 2021

Transferência de votos de Bolsonaro para Lula conta em dobro para as urnas de 2022

Publicado em 29 de junho de 2021 por Tribuna da Internet

Charge do Amarildo (agazeta.com.br)

Pedro do Coutto

A pesquisa do Ipec que apontou 49% para Lula contra 23% para Jair Bolsonaro, diferença de 26 pontos, apresenta uma característica bastante crítica para o atual presidente da República. A reportagem de Gustavo Schmitt, no O Globo desta segunda-feira, com base  no mais recente levantamento do instituto que sucedeu o Ibope, assinala que um quarto dos que votaram em Bolsonaro nas eleições de 2018 estariam dispostos a votar no ex-presidente Lula se as eleições fossem hoje.

Para analisar pesquisas não se pode apenas ver o fato, mas, sobretudo, ver no fato. Quando um candidato perde pontos em sua popularidade e tais pontos se transferem para o seu principal adversário, essa transferência vale o dobro, uma vez que o presidente perde uma parcela e tal parcela vai para o seu rival. Por isso é que Lula está alcançando 49% contra 26% de Bolsonaro.

ISOLAMENTO – A pesquisa também assinala uma tendência que é o declínio de Bolsonaro e o seu isolamento nas correntes ideológicas da direita. Por isso, é que  ele se encontra na faixa de 26%. Mas isso hoje. Na minha opinião, descerá um pouco mais, ficando com cerca de 20% dos votos, ao que tudo indica serem bastante sólidos.

O professor Oswaldo Amaral, da Unicamp, assinala a reportagem, fala nas bandeiras conservadoras peculiares a Jair Bolsonaro e, se assim não fosse, não haveria razão para Paulo Guedes ser o ministro da Economia. Entretanto, Oswaldo Amaral admite a hipótese de Bolsonaro se recuperar nos 18 meses que separam o dia de hoje das urnas de amanhã.

Pessoalmente não creio nessas possibilidades. Para que se viabilizassem haveria a necessidade de uma mudança radical por parte de Bolsonaro e da atual política de congelamento dos salários.

REDUÇÃO DE PESSOAL – Glauce Cavalcanti, Carolina Nalim e Gabriela Medeiros publicam reportagem também no O Globo revelando que, desde 2015 até hoje, os governos Dilma, Temer e Bolsonaro cortaram 111 mil empregos nas empresas estatais, principalmente na Petrobras e Eletrobras, no caso desta última de forma mais acentuada no quadro de Furnas.

Um objetivo  dos governos foi e está sendo o de reduzir a folha de salários. Mas este é um fato que não se firma por si e acentua uma contradição lógica e inevitável. As demissões acarretam também consigo queda na receita do INSS, na receita do FGTS e na arrecadação do próprio Imposto de Renda. O Imposto de Renda inclui a incidência de 27% sobre as folhas de vencimentos. O INSS inclui a parte dos empregados que oscila em várias escalas de pagamento, enquanto o Fundo de Garantia é de 8% sobre o total das folhas. Há ainda a acrescentar um detalhe fundamental; no caso dos empregados as empresas recolhem 20% sobre os pagamentos mensais. Esta é, sobretudo, a maior contribuição previdenciária.

Todas as receitas encolhem em consequência da demissão de 111 mil pessoas que também, como é natural, passaram a consumir menos. Portanto, as aparentes reduções do número de empregados têm consequências tanto nas contribuições dos empregadores quanto na arrecadação de tributos federais, para não dizer nos reflexos das receitas estaduais e municipais.

BARROS NO PODER – Thiago Resende, Folha de São Paulo, é autor de matéria que ressalta o fato de o deputado Ricardo Barros ser mantido como líder do governo na Câmara Federal.  Dificilmente aconteceria o contrário, pois se acontecesse confirmaria a veracidade das denúncias que flutuam sobre a pretendida aquisição da vacina Covaxin produzida pela Índia.

Não é do estilo de Bolsonaro confirmar a realidade contra si mesmo, pois ele atua na base de uma realidade exclusiva dele mesmo. Por isso, quando a realidade efetiva se torna incontestável, colocando um abismo na frente de seus passos, ele ataca a imprensa fortemente, transferindo para os jornais e as emissoras de televisão a responsabilidade sobre os aspectos negativos do seu governo.

Para ele, Bolsonaro, não importa os fatos concretos, mas sim a sua exposição pública e a confirmação pelo clima que está se verificando no Planalto. Sobre este aspecto, a jornalista Catarina Bustamante, Folha de São Paulo, acentua que Jair Bolsonaro é um presidente fraco na medida em que está dependendo do Centrão para se manter no poder.

OPINIÃO PÚBLICA – Mas acredito que tal apoio não seja suficiente, pois um político dificilmente pode se manter quando existe uma opinião pública tão fechada e até mesmo motivada contra ele. Motivação que se instalou no Brasil em consequência direta do fracasso atual da administração e seu preconceito contra vacinas, máscaras e distanciamentos.

Com isso, Bolsonaro não somente tirou a máscara, mas principalmente ofereceu à população uma face amedrontada.


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