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sexta-feira, junho 25, 2021

Bolsonaro insiste em dizer que Salles pediu para sair, mas fica difícil de acreditar

Publicado em 25 de junho de 2021 por Tribuna da Internet

Bolsonaro diz não saber o motivo da demissão do ministro

Ingrid Soares
Correio Braziliense

O presidente Jair Bolsonaro preferiu não estender comentários sobre a exoneração do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles na tarde desta quarta-feira (23/06). O chefe de governo foi questionado por um apoiador na entrada do Palácio da Alvorada, mas rebateu: “Não tem declaração. Ele pediu para sair. Ele pediu para sair, então ele que tem que falar por quê”.

Perguntado sobre como foi o dia, Bolsonaro respondeu: “Nem sei. Às vezes é apagando incêndio”. A saída de Salles foi publicada em um edição extra do Diário Oficial da União (DOU). Segundo o documento, a demissão foi a pedido próprio. Quem assume seu lugar no comando da pasta é Joaquim Álvaro Pereira Leite.

SALLES SE DEFENDE – Em coletiva no Palácio do Planalto, o ministro pontuou que, apesar de ter o trabalho contestado nos dois anos e meio que esteve no governo, jamais feriu os princípios constitucionais. “(É) Uma tentativa de dar a essas medidas um caráter de desrespeito à legislação, de desrespeito à Constituição, o que não é absolutamente verdade”, ressaltou Ricardo Salles, ao se referir às críticas.

O ex-ministro justificou que a proteção ao setor produtivo e à propriedade privada têm sido “vilipendiadas” ao longo de muitos anos no país. E afirmou que a agenda nacional precisa ter uma união forte de interesses, anseios e esforços.

Na terça-feira (22), Bolsonaro tinha parabenizado o então ministro publicamente pelo serviço que ele vinha prestando frente à pasta e, indiretamente, lamentou decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizou que o então ministro fosse investigado. O mandatário chegou a sinalizar ainda que, às vezes, a herança de se comandar um ministério é uma “penca de processos”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Bolsonaro teve de demitir Salles, porque a situação estava se complicando e a pressão dos generais do Planalto era enorme e uníssona. O argumento final e definitivo foi de que as Forças Armadas estão contra Salles, e Bolsonaro não quer o menor atrito com os militares, muito pelo contrário. Então, o presidente sugeriu que o ministro se exonerasse, para não pegar mal, porque ele agora perde o foro especial no Supremo. Foi tudo combinado, porque no mesmo ato Bolsonaro nomeou logo o substituto, que é uma cópia de Salles, conforme já relatamos aqui na TI. Em tradução simultânea, ruralistas, madeireiros e garimpeiros continuam no poder. (C.N.)


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