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quarta-feira, novembro 19, 2008

Delegado: Fiesp tem verba para corrupção

PORTO ALEGRE - O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, afirmou, na noite de segunda-feira, que "a corrupção está instalada em todos os Poderes da República", assim como "em todas estas instâncias existem homens corretos". Acompanhado pela deputada federal Luciana Genro (PSOL), o delegado não poupou nem ministro de Estado durante uma palestra que fez aos alunos da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
No evento, ele acusou o atual ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, de ter pagado a fiança de R$ 500 mil, estipulada para a libertação de um laranja paraguaio, de nome Nunes Soza, detido com uma mala com R$ 5 milhões que seriam depositados numa conta CC-5 em Foz do Iguaçu.
As CC-5 eram contas bancárias nas quais depósitos em reais eram convertidos em dólares e depois transferidos para paraísos fiscais. Na época, Stephanes era presidente do Banestado. Embora negue a denúncia, a assessoria do ministro confirmou que ele foi presidente do banco e que foi responsável pelo saneamento do Banestado no final do governo de Jaime Lerner.
A assessoria disse desconhecer tal investigação mencionada por Protógenes. O delegado também afirmou que a evasão de divisas através das CC-5 ultrapassou a cifra de US$ 10,5 bilhões entre 2001 e 2008. Segundo ele, este dinheiro tem origem no contrabando e no narcotráfico e 80% dos valores vêm de recursos públicos desviados.
Protógenes afirmou que nem mesmo a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) está imune da corrupção e disse ainda que a instituição já teria contabilizado a cifra de R$ 17 milhões para pagar propinas. A assessor da Fiesp, Ricardo Viveiros, disse que a afirmação é mentirosa e a instituição nem mesmo possui esta importância em dinheiro. "Há cinco anos, fazemos lobby de forma decente, legal. Levamos argumentos técnicos aos deputados, senadores e gestores públicos para conseguir nossas demandas", afirmou o assessor.
Ainda em relação às investigações da Operação Satiagraha, o juiz da 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Ali Mazloum, decretou a devolução dos bens do delegado da PF Protógenes Queiroz, apreendidos há duas semanas como parte da Operação Gepeto, que investiga possíveis irregularidades na condução da Satiagraha.
Mas o juiz negou o pedido da defesa de sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas, para ter acesso ao inquérito da Gepeto. Os advogados alegavam que o acesso aos autos do processo poderia comprovar a participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na Satiagraha, o que, segundo eles, poderia anular todo o processo.
Histórico
Protógenes Queiroz disse que sua vocação policial nasceu depois de dar-se conta de que nesta função poderia investigar e prender até mesmo o presidente da República. Ele confessou ter ficado desiludido depois de ter sido procurador da cidade de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, onde conseguiu liderar uma luta pelo impeachment do prefeito Aires Abdala.
O delegado listou suas ações na Polícia Federal desde 1999, lembrou da prisão do ex-deputado federal do Acre Hildebrando Pascoal, da investigação no Banestado, das prisões do contrabandista chinês Law Kin Chong, de Paulo e Flávio Maluf.
Protógenes revelou que seu filho mais velho já foi vítima, aos 14 anos, de um seqüestro após ele ter prendido Law Kin Chong. Contou que sua família foi ameaçada diversas vezes e ele mesmo tem sofrido ameaças veladas.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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