Quem pedirá o impeachment de Sérgio Cabral?

Por: Helio Fernandes

Pela corrupção da corrupção, pela corrupção da insegurança
Impressionante a complacência, a concordância e a imprudência de nomear corruptos para cargos importantes e mantê-los, apesar das denúncias públicas apuradas em CPI da Câmara Federal e denunciadas na Alerj. Trata-se do senhor Fernando Jorge Barbosa, há mais de 2 meses nomeado assessor especial da Casa Civil de Sérgio Cabral.
Na CPI de Brasília, sobre o tráfico de drogas, esse Fernando Jorge Barbosa foi acusado (com provas, com provas) no relatório da própria CPI, nos seguintes crimes.
1 - Traficante.
2 - Praticante de extorsão.
3 - Sonegador.
4 - Formação de quadrilha. E não foram só essas as acusações.
De forma surpreendente, o governador esqueceu ou escondeu tudo, e trouxe o personagem para seu primeiro escalão. Publicada a nomeação no Diário Oficial, a deputada Cidinha Campos, cheia de documentos, denunciou a nomeação, mostrou quem era o personagem "esquartejado" pela CPI de Brasília.
A sessão era presidida por Jorge Picciani, intimíssimo de Sérgio Cabral. Parecia realmente surpreendido, afirmou da "cadeira" de presidente: "Certamente o governador não sabia de nada, irá anular a nomeação". O líder do PMDB e do governador Paulo Melo não estava no plenário, foi chamado, a questão era importante.
Veio apressadamente, aparteou Cidinha Campos, e repetiu como se fosse ventríloquo de Picciani: "O governador não deve saber de nada, certeza absoluta. Tenho audiência com ele ainda hoje, certamente terá uma decisão, que transmitirei a esta Casa e à deputada".
Se conversou com o governador, ninguém sabe. O certo é que nem o líder nem o presidente da Alerj comunicaram qualquer coisa ao plenário. Acontece o que o ministro Marco Aurelio Melo, do Supremo, disse em discurso, que está agora na quarta página desta Tribuna: "Hoje, os escândalos não surpreendem, tornaram-se banais, numa sucessão incontida".
Leiam o discurso do ministro, se convençam: se não estava citando diretamente Sérgio Cabral, pensava nele.
Mas quem estava se dirigindo direta, frontal e pessoalmente a Sérgio Cabral foi Walter Maierovitch, ex-secretário nacional antidrogas, em excelente entrevista ao jornalista Fernando Sampaio, publicada nesta Tribuna na segunda-feira. Especialista, incorruptível, sabendo refletir e concluir, atingiu duramente Sérgio Cabral.
1 - "A questão do crime no Brasil não pode ser vista da maneira como está".
2 - "Digo isso, porque a visão não passa dos morros, das favelas. O crime organizado deve ser examinado em face das redes transnacionais, que fazem o abastecimento de armas e drogas".
3 - "O que se faz hoje no Rio (Sérgio Cabral), nessa militarizada guerra às drogas, é combater o efeito e não a causa". Contundente e irrespondível.
4 - "Então, no Rio, o que se faz, simplesmente, é enxugar gelo".
5 - "Fazem ações espetaculares, mas não resolvem nada. Todos os especialistas do mundo dizem que o crime organizado tem que ser atacado no bolso, na receita".
6 - "Por quê? Porque uma organização criminosa sem dinheiro não funciona".
Walter Maierovitch continua desassombradamente: "O Brasil é ponto atraente para lavagem de dinheiro, reciclagem de capitais. É a terra da impunidade".
PS - Voltarei a examinar o que disse o ex-secretário nacional, gravíssimo para ser publicado e esquecido. Ou até que aprovem o impeachment de Sérgio Cabral.
Amanhã
Eleição duríssima no Fluminense, julgamento do rombo de Silvio Santos na Susep, Eduardo Cunha-lobista-chantagista, relator do fim da reeeleição, mais viagens de Sérgio Cabral
Otavio Leite
Será um dos 14 candidatos (por enquanto) a prefeito do Rio. O PSDB acabou aqui, ele é mais forte do que a legenda.
A maioria do PMDB se insurge com a escolha de Helio Costa para presidente do Senado, logo depois de aprovada a CPMF. (Será aprovada, embora com dificuldade, o que importa é o número 49, que alcançarão). A razão do protesto: se Helio Costa voltar ao Senado, só para ser presidente, ficaria a impressão de que o PMDB não tem quadros, precisa ir buscar "alguém lá fora". Ministro da TV Globo, seria presidente por delegação da Organização.
O PMDB tem muita mediocridade e muito "adesista", mas tem senadores em condições de presidir a "casa". Pedro Simon, Mão Santa, Jarbas Vasconcellos, embora se saiba que o eleito será Sarney.
Chinaglia tem razão: não precisa se licenciar da presidência da Câmara para se candidatar a prefeito de SP. Outros já fizeram isso. Além do mais, a possível candidatura dele é só para constar.
Provavelmente não obterá legenda. E se obtiver, não tem uma chance em 1 milhão de ganhar. O prefeito de SP? Geraldo Alckmin.
Na questão da CPMF, o Planalto-Alvorada "trabalhava" ontem com a hipótese de 54 votos. Naturalmente jogando com a instabilidade dos 4 votos prometidos do PSDB e 1 do DEM.
Ficaria com os 49 necessários. O PMDB não assusta o governo. Os que estão contra ou a favor, já contabilizados. Nos partidos tidos como pequenos, também.
Paulo Bernardo, Mantega e Mares Guia, fracassados, podem perder os cargos na primeira necessidade. Delfim Netto alerta, acha que seu perfil passado se encaixa nos 3 lugares. Com a prioridade do cargo de Mantega.
O Planalto-Alvorada se satisfaz pelo menos com uma possibilidade: se não conseguir prorrogar a CPMF, terá três vagas para compensações futuras.
O secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, finalmente veio ao Brasil. Disse a mesma "rotina" insensata e insincera: "Estou preocupado com os trabalhadores".
Todos estão "preocupados", mas não fazem nada, vivem mergulhados nas mordomias desses cargos. Disse também que o "Brasil é um gigante verde discreto". Faltou traduzir.
O fato de Chávez ter chamado Lula de "magnata da Opep", nenhuma importância. Não foi hostil, desagradável ou tentativa de provocação. Brincadeira como Lula fez com os argentinos, que aceitaram.
A gravidade em relação a Chávez não vem daí. O problema é que ele não tem credibilidade, sensibilidade, amizade, responsabilidade, dignidade. Não liga para o povo nem mesmo de seu país, como iria ter respeito com outro país?
Alguns governadores insistiram para que deputados votassem a favor da CPMF, foram atendidos. Agora tentam junto ao Senado, não conseguem nada. Quase sempre, governador-senador sem diálogo.
O PSDB não tem a menor chance de eleger o prefeito do Rio. Tinha 3 possíveis candidatos: Eduardo Paes, Otavio Leite, Luiz Paulo. Com a saída de Eduardo Paes, a legenda, sem votos, ficou entre os dois.
Otavio Leite (nenhuma surpresa), Luiz Paulo (surpreendentemente) decidiram que quem perder apoiará o vencedor. Ou recorrerá politicamente para a nova Executiva Nacional, a ser eleita dia 21.
Edson Santos se diz candidato irrecusável do PT-PT. Não tem adversários internos, mas não vai para o segundo turno.
Tentaram lançar Dona Benedita, desistiram, ela está em fim de carreira. Haverá segundo turno, quem disputará com Jandira Feghali?
É impossível errar nessa Bovespa-Las Vegas. Na segunda, caiu 4,34%, venderam espalhafatosamente. Escrevi para terça, ontem: "Vão vender na abertura, depois comprar acintosamente".
Lógico, não deu outra. Começou em baixa, logo, logo ficou em alta. Fechou em 62.735, alta praticamente de 2%. Que República.
Pazzianotto, excelente figura, está contra a continuação do imposto sindical, que criou e mantém até hoje gerações de pelegos.
Que se fartaram de fingir de trabalhadores, vivendo como marajás. Isso vem desde 1932, Vargas alimentou os dois lados.
Esse imposto sindical rendeu fortunas em dinheiro, e facilitou e fez crescer a fortuna política de tanta gente, minha Nossa Senhora. Já dura 75 anos, e resiste.
Mas o próprio Vargas, que não tinha caráter ou convicções, criou o imposto sindical e depois o imposto patronal.
Com isso surgiram os pelegos donos de empresas, que dominaram o País também durante muito tempo, até hoje.
Na Constituinte de 33/34, Vargas criou os primeiros "biônicos" da nossa história, trabalhistas e patronais, que garantiram sua eleição indireta, frustrando o povo.
Fez o mesmo, política e eleitoralmente, fundando o PSD e o PTB. O primeiro para penetrar na "aristocracia rural", o segundo entre a nascente industrialização. Os dois em SP.
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No Master Cup de Xangai, surpresa: Ferrer classificado. Venceu seguidamente 2 favoritos da chave: Djonkovic e Nadal. O sérvio eliminado, perdeu duas, Nadal dependendo, ganhou uma, perdeu uma.
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A Fifa surpreendentemente tentou favorecer o Brasil suspendendo Dunga por 2 jogos. Mas são apenas amistosos, embora as eliminatórias sejam quase isso.
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Tião Viana não sossega entre duas possibilidades.
1 - O caso Renan ficar para ser resolvido só em janeiro, continuaria como interino.
2 - Ou então ser resolvido logo, e o Planalto-Alvorada conseguir que o PMDB indique seu nome. Ha! Ha! Ha!
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A Folha deu na Primeira: "Felipe defende pênalti e mantém Corinthians fora da zona de rebaixamento". Não defendeu, Paulo Bayer, artilheiro do Goiás, jogou a bola em cima dele. Perdem muito pênalti. Acosta, revelação e artilheiro do Náutico, perdeu pênalti, batido infantilmente.
Retrato do Brasileirão: os 7 primeiros colocados não têm nenhum artilheiro entre os que marcaram mais.
Fonte: Tribuna da Imprensa