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quarta-feira, novembro 14, 2007

Ideli não tem salvação

Por: Carlos Chagas

BRASÍLIA - Além de tudo, tratou-se de uma agressão à língua portuguesa e à semântica. Falamos da truculência praticada pela senadora Ideli Salvatti, líder do PT, ao substituir na Comissão de Constituição e Justiça o senador Mozarildo Cavalcanti, porque ele votaria contra a prorrogação da CPMF. Disse a senadora, sem o menor pudor, tratar-se não de substituição, muito menos de truculência, mas de simples "alternância"...
Nosso idioma tem sido massacrado ao longo dos anos. Não faz muito o então presidente Fernando Henrique Cardoso justificou a quebra de diversos monopólios constitucionais pelo verbo "flexibilizar". Faltou-lhe coragem para assumir mudanças contrárias à soberania nacional, e, assim, mascarou um crime de lesa-pátria com uma palavra covarde e amena. Agora, entra em campo a "alternância".
Quanto à substituição de um senador que nem ao PT está filiado, mas ao PTB, também há precedentes. Nos idos de 1968 a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara preparava-se para absolver o deputado Márcio Moreira Alves, denunciado pelo inexistente crime de opinião por pretensa ofensa às honradas forças armadas.
Na véspera da sessão os dirigentes da Arena substituíram até colegas do partido oficial que votariam contra, com destaque para o deputado Djalma Marinho, político e jurista para ninguém botar defeito. Foi quando, no último pronunciamento, ele cravou profunda lâmina no coração da ditadura, ao acentuar que "ao rei, daria tudo: fortuna, sorte, até a vida. Menos a honra..." Foi substituído por um deputado-farmacêutico cujo nome perdeu-se na desimportância.Pois é. Mozarildo Cavalcanti está substituído pela própria Ideli Salvatti, que pelo nome não se perca: não tem salvação.
É candidato mesmo
Ninguém se iluda, o homem é candidato mesmo, com amplas chances de vitória. A referência é para Paulo Maluf, que disputará a prefeitura de São Paulo, ano que vem. Enquanto os tucanos se bicam para saber se lançarão Gilberto Kassab ou Geraldo Alckmin, e o PT perde Marta Suplicy como candidata, ela que pulou fora com receio da derrota, Maluf costura a verdadeira aliança capaz de levá-lo ao cargo que uma vez ocupou por nomeação: com o eleitorado. Poucos se animam a divulgar pesquisas reservadas feitas todas as semanas junto aos paulistanos. Os adversários, para não inflar o balão, e o próprio, porque pretende um lançamento daqueles para ninguém botar defeito, a partir de janeiro.
A natureza das coisas
Mais cedo que se esperava, prevaleceu a natureza das coisas. Caiu a cotação das ações da Petrobras e conscientiza-se o País de que o megacampo petrolífero da bacia de Santos é uma promessa, jamais uma realidade, como pretendeu fazer crer o governo. No mínimo dez anos decorrerão antes que jorre a primeira gota de óleo dessa província submarina. Isso caso investimentos maciços comecem a ser feitos de imediato.
Fica cada vez mais claro que o anúncio de nossa entrada na Opep constituiu apenas uma jogada de marketing para levar a população a esquecer o racionamento de gás.
A esse respeito, continua a submissão do elefante diante do gafanhoto, no caso, do Brasil perante a Bolívia. O presidente Evo Morales ameaçou botar a Petrobras para fora de seu território se não multiplicássemos nossos investimentos lá.
De imediato o presidente da empresa mandou-se para La Paz, prometendo tudo e muito mais, apesar de ouvir do ministro boliviano da Energia não haver a menor garantia de que o gás a ser produzido com dinheiro brasileiro será exportado para o Brasil. Pois agora vem o presidente Lula e passa recibo em tudo, acentuando que a Bolívia deve contemplar com gás a Argentina e o Chile, além do Brasil.
Nova reforma ministerial?
Fim de ano é fim de ano, época de confraternização e pasmaceira. Há quem suponha, no entanto, para o começo de 2008, mais uma reforma parcial do ministério. Mesmo sem despachar rotineiramente com seus ministros, o presidente Lula anda insatisfeito com pelo menos uma dúzia deles.
Alguns não são convocados ao Palácio do Planalto desde junho, para despachos. Encontram-se com o presidente em inaugurações e festas, como certamente acontecerá pelo Natal. Depois...
A propósito do ministério, hoje com 38 titulares, deveria ser estabelecido no Congresso um prêmio para o parlamentar que, de uma só vez, declinasse o nome de todos e as respectivas pastas. Imagine-se a população, do lado de cá...
Fonte: Tribuna da Imprensa

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