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quinta-feira, novembro 15, 2007

Diabetes é responsável por 60% das amputações não traumáticas

Portadores da doença perdem a sensibilidade nos membros inferiores


Camila Vieira
Estatísticas da Internacional Diabetes Federation (IDF) mostram que cerca de 60% das amputações de membros inferiores, não traumáticas, são em pessoas diabéticas. Na Bahia, o número não é diferente. As mutilações ocorrem por conta do pé diabético, uma das mais graves complicações do diabetes melito. Causado por disfunções neurológicas e circulatórias, o mal provoca alterações nos nervos responsáveis pela sensibilidade e, por isso, em muitas situações, os ferimentos não são percebidos, podendo se transformar em úlceras que, na maioria dos casos, resultam na retirada cirúrgica dos membros afetados. O pé diabético também provoca deformidades nos dedos e pés, dificultando o uso de sapatos convencionais.
O problema foi lembrado, ontem, no Dia Mundial do Diabetes. Um dos principais obstáculos enfrentados pelas vítimas do pé diabético, que costuma acometer até 15% dos diabéticos, é a escolha do sapato adequado. Na tentativa de minimizar tal transtorno, o Hospital Salvador oferece a seus pacientes, através do Centro de Diabetes, um atendimento específico: a Oficina de Calçados Especiais e Orteses, que confecciona sapatos e sandálias personalizadas com a função de proteger os pés ou auxiliar pacientes com deformidades.
O cirurgião vascular, Cícero Fidelis, explica que o portador de diabetes pode desenvolver alterações nos pés, originadas de problemas que afetam a circulação e os nervos. Segundo ele, as alterações variam muito. “Vai da simples perda da sensibilidade até uma infecção mais grave que pode resultar na amputação”, diz. Pelo fato do portador da doença não sentir dor, ele recomenda que o próprio paciente observe todos os dias os pés, lave e seque-os bem para evitar aparecimento de micoses ou infecções, corte as unhas retas e utilize um calçado confortável (antes de usá-lo, deve observar se há algum objeto no interior).
Oficina - O médico diz que a vantagem da Oficina de Calçados Especiais e Orteses é que o trabalho é realizado em conjunto com o cirurgião vascular e o técnico que produz o sapato. “Durante a consulta, avalio o pé e em seguida chamo o técnico para informar exatamente como é o calçado ideal para aquele pé”, diz o médico. Os calçados são feitos de acordo com as orientações do médico e têm o objetivo de proteger o pé do diabético de qualquer tipo de atrito – por isso, o técnico retira a medida dos pés dos pacientes, respeitando todas as peculiaridades existentes em cada situação.
Com o passar do tempo, os portadores da doença vão perdendo a sensibilidade no calcanhar e extremidades dos pés e, por causa disso, sofrem pequenas feridas e não percebem. Diferente de uma pessoa saudável, o diabético em casos extremos pode chegar a pisar numa ponta de prego sem sentir nada em função de danos causados aos nervos. Foi o que aconteceu com o comerciante Antônio Carlos Coutinho, 75 anos, que há quatro meses se acidentou com um prego. Depois do acidente, ele há dez anos começou a sentir as complicações do pé diabético. Hoje, acompanhado por um especialista, ele tenta minimizar os problemas usando um sapato adequado e tomando todos os cuidados necessários.
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Aumento da incidência
Em 2000, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estimava em 177 milhões o número de portadores do diabetes, em todo o mundo. Para 2025, a previsão é a de que essa população atinja quase o dobro: 350 milhões de diabéticos. O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade, são os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do diabetes.
No Brasil, aproximadamente 6,2 milhões de pessoas acima de 18 anos têm diabetes, de acordo com a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2006) do Ministério da Saúde. De acordo com a coordenadora da política nacional de hipertensão e diabetes, Rosa Sampaio, a população de diabéticos pode ser bem maior. “Acredita-se que esse número ainda não seja o real, porque se estima que metade dos portadores do diabetes tenham a doença e não saibam. Muitas vezes ela só é diagnosticada quando se manifestam as complicações”, explica Rosa Sampaio.
Este será o primeiro ano de vigência da lei 11.347/07, que determina a distribuição gratuita de medicamentos e materiais necessários à sua aplicação e à monitoração da glicemia capilar aos portadores de diabetes inscritos em programas de educação para diabéticos. O Ministério da Saúde regulamentou a lei através da Portaria nº 2.583, de 10 de outubro de 2007, que define elenco de medicamentos e insumos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde, nos termos da Lei nº 11.347, de 2006, aos usuários portadores de diabetes melito.
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e outras instituições articularam ações para a iluminação do Elevador Lacerda, em Salvador, Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, Museu de Arte de São Paulo (Masp), Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Faculdade de Medicina da USP (na Avenida Dr. Arnaldo). Eles serão iluminados na noite do dia 14 de novembro. Em todo o mundo, diversos monumentos têm a iluminação azul confirmada: Edifício Empire State, Torre Sears, Torre Tokio, Lago de Genebra, Torre de Televisão de Tbilisi, El Obelisco de Buenos Aires, dentre outros.
Fonte: SBD
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CAMINHADA
Com o objetivo de chamar a atenção da população para a importância da prática do exercício físico, o Centro de Diabetes do Salvador realizou, ontem, a caminhada VI Momento Saúde, no Dique do Tororó. A caminhada aberta ao público serviu de alerta à sociedade para a luta dos portadores do diabetes que comemoram os avanços nos tratamentos. A programação contou com sessões de alongamento, exercícios físicos localizados e orientação de profissionais.
Fonte: Correio da Bahia

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