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quarta-feira, agosto 31, 2022

A melhora das expectativas - Editorial



Em meio a problemas fiscais e sociais graves, as projeções de crescimento e de inflação constroem um cenário melhor

Sob os números e gráficos dos relatórios de mercado semanalmente divulgados pelo Banco Central para retratar as expectativas dos analistas das principais instituições financeiras, há sinais de melhora. As estatísticas mostram que, ainda ruins, as coisas estão melhorando. A economia brasileira demonstra mais uma vez capacidade de reação. A inflação cai e a atividade econômica começa a se acelerar.

Não se pode ignorar, porém, que a recuperação é lenta, a alta dos preços supera amplamente os limites da política de meta de inflação e persistem problemas nos campos fiscal e social. A pobreza aumentou, o número de desempregados e de pessoas desalentadas continua alto, a renda média encolheu e a inadimplência bate recordes. Gastos extraordinários e benefícios tributários anunciados nos últimos tempos, que podem somar centenas de bilhões de reais em 2023, representam sério risco à sustentabilidade da política fiscal.

É contínua, porém, e até mesmo acentuada, a redução das projeções para a inflação em 2022 captadas pelo boletim Focus do Banco Central. Em sua mais recente edição, a mediana das estimativas da alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 6,70%. Essa variação está acima da meta de 3,50% para este ano. Mas é bem menor do que a de 8,89% que os analistas privados estimavam no início de junho.

Reduções nos preços dos combustíveis resultantes de fortes pressões do governo sobre a Petrobras, da redução do ICMS e da queda das cotações do petróleo no mercado internacional deram força à tendência de queda da inflação. Também caem as projeções para a inflação em 2023. No mais recente boletim, a estimativa ficou em 5,30%, contra 5,33% na semana anterior. Observe-se, porém, que a meta para 2023 é de 3,25%.

Do lado da atividade econômica, as projeções estão subindo ininterruptamente há cerca de cinco meses. Em abril, a mediana das projeções de crescimento do PIB em 2022 estava em 0,53%; no boletim mais recente, a mediana alcançou 2,10%. É uma melhora notável. Mas, também nesse caso, é preciso observar que o ritmo de expansão ainda é baixo para os padrões históricos do País e reproduz o desempenho pífio registrado há muitos anos. Na melhor hipótese, estamos voltando à mediocridade observada há muito tempo.

E, para 2023, as projeções para o crescimento econômico fazem o movimento contrário ao das expectativas para este ano. Em abril, a previsão predominante era de crescimento de 1,25% do PIB no próximo ano. A mais recente previsão é de apenas 0,37%.

Juízo, moderação, responsabilidade e um mínimo de eficiência administrativa e de compreensão dos problemas reais, quando marcam ações do governo, estimulam a reação da economia. Parece ilusório esperar dos atuais governantes, há 44 meses no poder, que passem a demonstrar pelo menos algumas das características citadas. Mas o País não está condenado à mediocridade e à desesperança. As eleições de outubro oferecem a oportunidade para que os brasileiros optem por mudanças a partir de janeiro de 2023. 

O Estado de São Paulo

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