Publicado em 31 de agosto de 2022 por Tribuna da Internet
Por Rosanne D’Agostino,
g1 Brasília
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, recebeu nesta quarta-feira (31) o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, para uma segunda reunião em duas semanas. De acordo com o tribunal, as respectivas áreas técnicas do TSE e da Defesa devem apresentar, em conjunto, “a possibilidade de um projeto piloto” para usar a biometria de eleitores reais no chamado teste de integridade das urnas eletrônicas.
A sugestão já havia sido feita pelas Forças Armadas no âmbito da Comissão de Transparência Eleitoral, mas técnicos do TSE vinham considerando a hipótese inviável.
SIMULAR VOTAÇÃO – O teste consiste numa simulação de votação com o objetivo de provar que o voto digitado é o mesmo que será contado. É implementado nas vésperas das eleições, em seções eleitorais sorteadas, que recebem de três a quatro urnas para participar do controle.
“Foi ressaltada por ambas as áreas técnicas, que apresentarão, em conjunto, a possibilidade de um projeto-piloto complementar, utilizando a biometria de eleitores reais em algumas urnas indicadas para o referido teste, conforme sugestão das Forças Armadas no âmbito da Comissão de Transparência Eleitoral”, explicou o TSE em nota após a reunião.
O TSE vinha dizendo que fazer o teste com biometria real seria inviável porque exige convencer uma quantidade suficiente de pessoas a comparecer ao local do teste depois de votar normalmente na sua seção eleitoral. Além disso, há risco de fragilizar o sigilo do voto, porque ele será repetido pelo eleitor.
IMPORTÂNCIA DO TESTE – Ainda de acordo com o TSE, as áreas técnicas do tribunal e da Defesa enalteceram a importância do teste de integridade, que ocorre desde 2002, como mecanismo eficaz de auditoria das eleições.
O TSE disse que, no encontro, “ficou reconhecido o êxito dos testes de verificação das urnas eletrônicas, inclusive do modelo UE 2020 [nova urna eletrônica]”.
Segundo a Corte, “também foi reafirmado que haverá a divulgação de todos os BUs (Boletins de Urna) pelo TSE, possibilitando a conferência e totalização dos resultados eleitorais pelos partidos políticos e entidades independentes”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O ministro Alexandre de Moraes está exibindo o jogo de cintura que faltou a seu antecessor Edson Fachin. Na presidência do TSE, Fachin se mostrou intolerante e avesso ao diálogo, inclusive desrespeitando o ministro da Defesa, ao negar um pedido de audiência sem nem responder ao ofício. Fachin estava brincando com fogo, porém Moraes apagou a labareda. Agora, o diálogo está reaberto, sem maiores problemas. O mais importante é que os militares precisam entender que a urna eletrônica é segura e a votação pode ser auditada. Amanhã cedo, vamos voltar ao assunto. (C.N.)