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quinta-feira, junho 03, 2021

Documentos recebidos pela CPI contradizem Pazuello sobre crise de oxigênio em Manaus


Pazuello observa as anotações que levou à CPI Foto: Agência Senado

Nomeado novo estrategista do governo, Pazuello parece meio esquecido

Natália Portinari e Julia Lindner
O Globo

Documentos recebidos pela CPI da Covid revelam que o governo do Amazonas, após contato com Eduardo Pazuello, alertou oficialmente o Exército sobre o risco de desabastecimento de oxigênio para pacientes com Covid-19 em Manaus em 7 de janeiro. O material, analisado por consultores da comissão, contradiz a versão do ex-ministro da Saúde – que, em depoimento no Senado, disse ter sido informado sobre a real situação do colapso nos hospitais apenas em 10 de janeiro.

Um dos documentos examinados pela CPI é o depoimento prestado à Polícia Federal (PF) pelo secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus José Barroso Campêlo. Ao falar sobre o colapso em Manaus, ele disse ter sido avisado em duas reuniões no dia 7 de janeiro pela empresa White Martins, maior fornecedora local de cilindros de oxigênio, de “problemas de natureza logística” para atender os hospitais.

DISSE O SECRETÁRIO – Campêlo relatou à PF que, diante dessa informação que, segundo ele, não esclarecia a real situação, “fez contato telefônico com o ministro da Saúde (Eduardo Pazuello), tendo relatado o conteúdo da reunião com os representantes da White Martins e solicitado o apoio logístico para a realização do transporte de oxigênio de Belém para Manaus”.

Em outro depoimento, prestado à Procuradoria da República do Amazonas e em posse da CPI, o secretário de Saúde do Amazonas detalhou o contato telefônico com Pazuello. “Logo que eles (representantes da White Martins) saíram, eu liguei para o Pazuello. Era por volta de oito horas. Prontamente, ele me atendeu. Eu expliquei a situação, dessa demanda…Então, ele falou: ‘Pede para o Wilson (Lima, governador do Amazonas) ligar para o general e fazer o pedido’”, disse Campêlo.

E-MAIL AO COMANDO – Poucas horas depois, às 23h45, Campêlo enviou um e-mail contendo um ofício formal endereçado ao Comando Militar da Amazônia. No documento, o secretário de Saúde do Amazonas diz:

“Dada a iminência do esgotamento do referido insumo (oxigênio) e como forma de manter o serviço em lume, resguardando a vida dos pacientes internados na Rede Estadual de Saúde, a empresa informou que possui o oxigênio no Estado de Belém/PA”.

O documento ainda destaca que “a carga precisa chegar até as próximas 24 horas” e pede um contêiner com capacidade para 31.500 kg.

MINISTRO AVISADO – Segundo pessoas que acompanharam as tratativas, o então ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, foi avisado do ofício da Secretaria de Saúde do Amazonas e armou uma operação para levar tanques de oxigênio da White Martins de Belém para Manaus. O insumo foi transportado por meio de aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) no dia seguinte, 8 de janeiro, chegando em Manaus às 20h55.

Após analisar a farta documentação recebida pela CPI, senadores querem reconvocar Pazuello para prestar um novo depoimento, ainda sem data marcada. O ex-ministro da Saúde, que nega ter se omitido, deve ser confrontado novamente com documentos que revelam a cronologia da crise em Manaus.

O depoimento de Campêlo, programado para 15 de junho, deve servir também para coletar informações sobre o colapso em Manaus e apontar as contradições de Pazuello.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Como se sabe, o secretário de saúde do Amazonas e o governador estão na mira da Polícia Federal por malfeitos (como dizia Dilma Rousseff) no combate à pandemia. O secretário Campêlo foi preso ontem, no Aeroporto de Manaus, quando voltava de viagem. Mesmo assim, os depoimentos serão importantes, seja na CPI ou na cadeia, por vídeoconferência. (C.N.).

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