Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

sexta-feira, novembro 09, 2007

Fraude na urina amplia o drama

Flávia Diuana e Renata Machado
O cerco está se fechando cada vez mais contra Rebeca Gusmão. Depois de ser flagrada em um exame antidoping feito no dia 13 de abril, que encontrou níveis altos de testosterona, agora a nadadora vai ter de enfrentar uma acusação ainda mais grave: a de que houve fraude nas amostras de urina colhidas para os quatro exames do Pan ainda não divulgados oficialmente pela Odepa.
- Houve manipulação da urina pela atleta. Não sei o que ela fez, ou que método usou, mas sei que ela manipulou - garante Eduardo De Rose, responsável pelo controle de doping do Pan e presidente da Comissão Médica da Odepa.
Ontem, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) divulgou uma nota oficial, com informações do Ladetec - laboratório da UFRJ responsável pelos testes do Pan - afirmando que o resultado dos quatro exames pendentes deram negativo. Algo que deveria ser motivo de alegria para atleta, não fosse um detalhe: as amostras de urina possuem DNAs diferentes.
O presidente da CBDA, Coaracy Nunes, informa que solicitou o resultado dos exames de Rebeca ao coordenador do Ladetec, Francisco Radler, e recebeu de volta o seguinte comunicado: "Caso os resultados sejam do mesmo atleta (esclareça-se que o Laboratório não sabe o nome do atleta, apenas o número do exame), os valores das quatro amostras são atípicos, mas várias urinas encontram-se muito diluídas. Portanto, foram declaradas negativas. Caso haja alguma suspeita, a autoridade competente da Federação deveria realizar um estudo longitudinal, como recomendado no regulamento da AMA (WADA)".
No entanto, na quarta-feira, De Rose, enviou à CBDA o resultado do teste de DNA de duas amostras do material colhido para exame anti-doping de Rebeca. A análise foi feita no laboratório Sonda UFRJ, que concluiu que o conteúdo dos frascos pertencem a diferentes doadores.
De Rose acrescentou que não acredita em fraude na coleta do material, nem no deslocamento.
- O processo de tomada da urina até a chegada ao laboratório tem um controle muito grande.
Para o coordenador médico da Agência Nacional Anti-Doping (Anad), Rafael Souza, o resultado indica duas possibilidades:
- A atleta pode ter ido com uma bolsa de urina dentro do canal vaginal, ou do canal anal, para passar uma urina diferente da dela através de um catéter. Ou então ela contou com a ajuda de alguém para urinar por ela - explicou Souza.
O coordenador médico da Anad, que também foi chefe de estação de controle de doping no Pan, contou que só o oficial do controle de doping entrava no banheiro com os atletas na hora do exame.
- Tem que olhar na lista quem acompanhou Rebeca - disse Souza.
A nadadora, que irá para Montreal assistir à abertura da contraprova do exame de 13 de julho e ainda é investigada pelo Tribunal Arbitral do Esporte por um teste positivo de 2006, terá de passar por mais um julgamento. Segundo De Rose, a nova pendência - urina com DNAs diferentes - será avaliada e julgada pela Comissão Executiva da Odepa, que deve excluí-la do Pan-Americano e encaminhar o caso à Fina. Caso Rebeca seja considerada reincidente, ela será banida do esporte.
Na mesma nota oficial, a CBDA informou que a médica Renata Castro, que acompanharia Rebeca em Montreal, solicitou o seu afastamento imediato da confederação alegando motivos pessoais. Procurada pelo JB, Renata não foi encontrada, assim como Rebeca. O marido da atleta apenas informou que ela estava em São Paulo.
O presidente da CBDA reconheceu que a situação da nadadora ficou ainda mais difícil.
- Ficou muito complicado. Lamento muito, contava com essa menina para Pequim - disse Coaracy.
Fonte: Tribuna da Imprensa

Em destaque

ONG ligada a sogro de deputado bolsonarista recebe R$ 12,8 milhões e entra na mira da CGU

  Foto: Zeca Ribeiro/Arquivo/Agência Câmara Filipe Barros 10 de janeiro de 2025 | 06:55 ONG ligada a sogro de deputado bolsonarista recebe R...

Mais visitadas