João Guimarães
CNN
O Presidente Lula defendeu o fundador do Wikileaks, Julian Assange, neste sábado (6) durante entrevista coletiva em Londres, na Inglaterra. “É uma vergonha que um jornalista que denunciou a falcatrua de um Estado contra outro esteja preso e condenado a morrer em uma cadeia”, afirmou o presidente após ser questionado por uma jornalista.
Apesar de fazer a defesa, Lula afirmou que Assange não foi tema da reunião que teve com o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, nesta sexta-feira. “Eu até peço perdão. Quando chegar ao Brasil, vou ligar para o primeiro-ministro, porque esse foi um assunto que esqueci de falar com ele”, disse.
ACUSAÇÕES FALSAS – Assange está preso na Inglaterra, devido a um processo movido contra ele na Suécia, por ter transado consensualmente seu usar camisinha com duas mulheres. Washington pede sua extradição, alegando estar incriminado pelas autoridades dos Estados Unidos em 18 ridículas acusações, incluindo espionagem, relacionadas à divulgação, pelo WikiLeaks, de uma vasta coleção de registros militares confidenciais dos EUA e telegramas diplomáticos que, segundo elas, colocaram vidas em perigo.
Na entrevista coletiva à imprensa, Lula ainda disse esperar uma postura mais “combativa” dos órgãos de mídia.
“A imprensa, que defende a liberdade de imprensa, não faz um movimento para libertar esse cidadão”, afirmou. “Precisamos colocar nossas teorias em prática de vez em quando.”
PRÊMIO NOBEL – Essa não é a primeira vez que Lula sai em defesa de Julian Assange. No ano passado, durante um evento do PT em Alagoas, o presidente sugeriu que o criador do WikiLeaks deveria receber um prêmio Nobel.
“Esse cidadão deveria estar recebendo um prêmio Nobel, esse cidadão deveria estar recebendo Oscar de decência e coragem porque denunciou ao planeta um país espionando outro país. E os Estados Unidos ainda teve coragem de pedir desculpas à Angela Merkel, mas não teve coragem ou não sentiu necessidade de pedir desculpas ao Brasil”, afirmou na ocasião.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Grande ponto marcado por Lula no xadrez da política internacional. O presidente brasileiro teve coragem e determinação para apoiar Julian Assange, que é vítima de uma conspiração entre os governos da Suécia, do Reino Unido e dos Estados Unidos. Lula tem toda razão não somente ao defender Assange, mas também ao propor que ele receba o Prêmio Nobel da Paz. Aliás, Lula melhor faria ao liderar uma campanha internacional para libertar Assange, concedendo-lhe asilo político, do que tentando acabar com a Guerra da Ucrânia tomando umas cervejas. (C.N.)